“Salvando Vidas, Protegendo o Patrimônio e o Meio Ambiente”. O lema do Corpo de Bombeiros do Estado do Maranhão (CBMMA) nunca se fez tão presente na vida do capitão Diego Renier, 27 anos, como no mês passado. Em menos de duas semanas, ele salvou por telefone as vidas de dois bebês e de um idoso. Ocorridos em setembro, os três casos atendidos pelo oficial eram de obstrução das vias aéreas por corpo estranho (Ovace).
Não foi a primeira vez que seu trabalho foi decisivo para a sobrevivência de alguém. Há oito anos no CBMMA, o capitão Renier já participou de operações de salvamento, mas foi surpreendido pelo ineditismo de salvar alguém por telefone. “Fui guarda-vidas por seis anos e salvei muita gente de ser afogado, mas em todos estes anos de carreira nunca tinha acontecido de salvar três pessoas em um prazo de tempo tão curto e por telefone”, comentou.
Atualmente lotado no gerenciamento da Central de Operações do Corpo de Bombeiros do Centro Integrado de Polícia e Segurança (Ciops), ele disse que em alguns casos não dá para esperar o socorro chegar e o melhor a fazer é orientar alguém a fazer os primeiros procedimentos para salvar a vítima. “Quando a pessoa liga para o 193, imediatamente mandamos uma ambulância para o local, mas em alguns casos o socorro precisa ser imediato. No caso das três vítimas, elas estavam sufocando por estarem com a traqueia obstruída e com a realização de procedimentos puderam ser salvas”, contou.
Recém-nascido
O primeiro salvamento do capitão Renier foi um bebê de nove dias. No dia 23 de setembro, a criança engasgou e estava cianótica (ficando roxa pela falta de ar). O procedimento durou cerca de três minutos e foi realizado pelo vizinho da mãe do bebê, que ligou para o Ciops. Jéssica Miranda de Almeida, 24 anos, contou que amamentou a filha, a colocou para dormir e, ao perceber que ela estava ficando sem ar, pediu ajuda.
“Eu disse para ele manter a calma e passar calma para a mãe. Como se tratava de um ser muito frágil, as compressões e batidas não podiam ser muito fortes. Nós fomos passando as orientações, até que a criança ‘gorfou’ e depois começou a chorar. Aí, foi uma alegria muito grande para todos nós aqui. Estou feliz e muito motivado. Essas são informações importantes, que devem ser passadas como utilidade pública, mas o mais importante foi ter salvado essa vida”, disse o capitão.
Asfixia
Sete dias depois, no dia 30 de setembro, Renier atendeu outro chamado. A filha de um idoso de 72 anos ligou para o 193 pedindo ajuda. O pai, que teria Alzheimer, estava sofrendo de asfixia causada por um engasgamento. Ele orientou a vítima quanto aos procedimentos a serem adotados para ajudar a vítima. Após alguns minutos, o idoso conseguiu desengasgar com a ajuda da filha. “O idoso teria se engasgado com um pedaço de carne e mais uma vez tive de ensinar os procedimento para salvar a vítima. E para a nossa felicidade, quando a ambulância chegou ao local, ele já estava bem”, relata.
Na noite do mesmo dia, o capitão atendeu uma mãe que estava amamentando o filho com um mês de vida, quando ele se engasgou quando ainda estava no peito. Desesperada, ela pediu por socorro no 193 e mais uma vez o oficial teve que ensinar por telefone a Manobra de Heimlich. Neste procedimento, uma pessoa usa as mãos para fazer pressão sobre o final do músculo diafragma. Isso comprime os pulmões e faz pressão sobre qualquer objeto estranho na traqueia.
Para o capitão Renier, que é brasilense e foi policial militar por um ano e meio antes de entrar para o CBMMA, tudo tem uma razão para acontecer. “Sou professor de ioga e acredito que nada acontece por acaso. Acredito que Deus me usou para salvar estas pessoas. Toda vez que salvo uma vida, me encho de luz e me dá mais estímulo para salvar mais vidas. O curioso é que minha irmã passou pela mesma situação quando eu era criança e ela foi salva pela empregada da nossa casa. Aquela situação me marcou e acho que por isso escolhi ser bombeiro”, finalizou. l
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