Desumano

Rodoviários denunciam precariedade de pontos finais

Falta de banheiros é um dos principais problemas encontrados nos pontos finais dos ônibus; situação já foi informada para o Ministério Público do Trabalho

Atualizada em 11/10/2022 às 12h54

[e-s001]O estado de conservação dos pontos finais dos ônibus de São Luís tornou-se alvo de reclamações de motoristas, cobradores e fiscais que atuam no sistema de transporte coletivo da capital maranhense. Alguns desses locais não dispõem nem de banheiros, fazendo com que esses profissionais busquem alternativas para fazer suas necessidades fisiológicas.

A falta de conservação desses espaços é um problema antigo enfrentado pela categoria. Alguns deles funcionam em espaços alugados que oferecem algum tipo de comodidade para os rodoviários. No entanto, muitos não disponibilizam o mínimo de conforto para a categoria.

A situação já foi denunciada para o Ministério Público do Trabalho (MPT). De acordo com Isaias Castelo Branco, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão (Sttrema), em julho foi enviado um ofício ao órgão para que fosse feita uma fiscalização nos pontos finais dos ônibus para que sejam tomadas as devidas providências. A categoria aguarda ainda um retorno.

“Tem alguns que estão em bom estado, mas há outros que estão péssimos. Enquanto isso, os trabalhadores estão sendo prejudicados com a situação. Tem muitos pontos finais em que não há banheiro masculino e feminino”, denunciou o líder sindical.

[e-s001]Problemas
Na manhã de ontem, O Estado percorreu alguns desses espaços na capital e constatou in loco a situação. Alguns estão em boas condições, mas em outros a situação é completamente diferente.

Como exemplo, o ponto final das linhas de ônibus que servem de apoio no Terminal de Integração da Beira-Mar, instalado na mesma área onde funciona a feirinha livre, no Aterro do Bacanga. Anteriormente, os ônibus ficavam na parte dos fundos do terminal, mas eles foram retirados do local para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

No local, apenas uma pequena cabine é disponibilizada para o descanso dos motoristas e cobradores. Por causa da falta de condições do espaço, na maioria das vezes os rodoviários preferem descansar dento dos próprios coletivos. Além disso, no local não há bebedouro e, para fazer as necessidades fisiológicas, os trabalhadores têm de usar os banheiros do terminal de integração, que fica a vários metros de distância.

Situação semelhante pode ser observada também no ponto final do ônibus São Francisco, instalado em frente ao Hospital Carlos Macieira, na Avenida Colares Moreira. Apenas uma pequena cabine é disponibilizada para os rodoviários e, se eles quiserem fazer suas necessidades fisiológicas, têm de fazê-las dentro do mato, uma vez que também não há banheiros para os trabalhadores.

De acordo com o artigo 100 da Lei Municipal nº 3.430 de 31 de janeiro de 1996, que dispõe sobre o serviço de transporte público da cidade, é de competência da Prefeitura de São Luís definir o modelo e o cronograma e proceder à construção, e das concessionárias, permissionárias ou autorizatárias a gestão e a manutenção dos abrigos que deverão ser construídos nos pontos finais das suas linhas.

Em contato com O Estado, o superintendente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), Luís Cláudio Siqueira, informou que o sindicato dos rodoviários deve fazer um levantamento dos principais problemas existentes nos pontos finais e apresentá-los ao sindicato das empresas, para que as duas entidades possam encontrar, de forma conjunta, a resolução dos problemas.

Em nota, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informou que a responsabilidade direta das instalações sanitárias e da sua manutenção é das empresas de ônibus. A secretaria informou ainda que tem procurado as empresas para cobrar este serviço, buscando oferecer melhores condições de trabalho e higiene aos rodoviários.

MAIORES PROBLEMAS
De acordo com o presidente do sindicato dos rodoviários, Isaias Castelo Branco, os pontos finais dos ônibus que transportam passageiros para a zona rural da cidade apresentam problemas ainda maiores.

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