Feira do Livro

Literatura com intensidade

Escritor gaúcho João Gilberto Noll palestra hoje, às 20h, na Feira do Livro de São Luís, com o tema “As cidades como inspiração literária”, baseando-se em um de seus livros, intitulado “Lorde”

Atualizada em 11/10/2022 às 12h54
(João Gilberto)

Vencedor de cinco Prêmios Jabuti e reconhecido nacional e internacionalmente, o escritor gaúcho João Gilberto Noll, que acumula mais de 30 anos de carreira, desembarca hoje na capital maranhense. Ele chega para participar da nona edição da Feira do Livro de São Luís e ministrará a palestra “As cidades como inspiração literária”, às 20h, no Teatro João do Vale (Praia Grande), com mediação de Geraldo Iensen. Após a palestra, fará alguns comentários para que sua participação seja diferenciada e mais dinâmica. Segundo Gilberto Noll, a palestra será baseada em seu livro intitulado “Lorde”, cuja história é a de um escritor cinqüentão convidado a trocar a rotina de tédio em Porto Alegre por uma temporada em Londres.

Durante a palestra “As cidades como inspiração literária”, Gilberto Noll falará sobre a história de “Lorde”, que aborda a viagem de um escritor até Londres, sendo vaga a razão da viagem, embora entre as garantias estejam passagem, apartamento e um punhado de libras. O personagem apenas sabe que é um reconhecimento pelos sete livros que já publicou. Nada mais. Chegando lá, desnorteado, vaga pelas ruas da capital inglesa, encontra personagens obscuros e só se percebe vivo diante de impulsos sexuais. Nessas encruzilhadas, o narrador se debate em conflitos, pinta o cabelo, recorre à maquiagem, na tentativa louca de ser outro, e não escapa do fim anunciado.

O gaúcho antecipou que sua palestra será bem descontraída e durante sua participação na feira, ele deverá falar também sobre sua relação com a literatura e sobre suas outras obras literárias, a exemplo do seu mais recente livro, intitulado “Solidão Continental”, onde ele explora a questão da solidão.

Sentimentos - Noll afirmou que gosta de abordar essas temáticas que refletem sentimentos humanos, a exemplo da solidão, que tem relação com a sociedade contemporânea. “O homem contemporâneo é muito solitário, pois está sempre à procura de algo que ele não sabe o que é e não sabe nomear. Está sempre fugindo de algo que ele também não sabe definir”, contou.

Esta é a primeira vez que o escritor gaúcho vem a São Luís e revelou que sua expectativa é grande. Para ele, os eventos literários como a Feira do Livro de São Luís são fundamentais para a formação de leitores, independentemente da idade, embora tenha escrito livros também para adolescentes, como “Sou eu!” e “O Nervo da Noite”. Noll é escritor compulsivo e, atualmente, debruça-se sobre outra obra. Mas não quis revelar detalhes. “Prefiro não detalhar, pois ainda tem muita estrada pela frente”, disse, com certo suspense.

Gilberto Noll estudou Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde foi colega de Caio Fernando Abreu. Porém, concluiu seus estudos na Faculdade Notre Dame, do Rio de Janeiro. No Rio, trabalhou como jornalista e, em São Paulo, como revisor. Em 1980, publicou o livro de contos “O Cego e a Dançarina”, pelo qual recebeu diversos prêmios, tais como o de revelação do ano, da Associação Paulista de Críticos de Arte, e o de ficção do ano, do Instituto Nacional do Livro. Um dos contos de seu livro de estreia, “Alguma coisa urgentemente”, foi adaptado pelo cinema brasileiro sob o título “Nunca fomos tão felizes” (1983). “Harmada”, sob a direção de Maurice Capovilla (2003), e “Hotel Atlântico”, com direção de Suzana Amaral (2009), também foram adaptados para o cinema.

O escritor também foi selecionado para figurar no livro “Os cem melhores contos brasileiros do século”, em 2000. Foi bolsista e professor convidado da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos e escritor residente no King's College, em Londres, em 2004. Na verdade, foi a partir de sua experiência na Inglaterra que ele escreveu “Lorde”, objeto de sua participação da Feira do Livro de São Luís. Entre suas obras, as quais deverão ser mencionadas hoje, citam-se “A Fúria do Corpo” (1981), “Bandoleiros” (1985), “Rastros de Verão (1986)” e “A Máquina do Ser” (2006).

A terça-feira na Feira do Livro de São Luís também será de lançamentos de livros, na Casa do Maranhão, a exemplo de “Como ganhar as eleições” (literatura de cordel), de Paulinho Nó Cego, “Trabalho e educação de jovens e adultos no Maranhão”, de Maria De Fátima Felix e Lícia Cristina Araújo Da Hora, “Português: tirando dúvidas de quem tem”, de Jose Luis Carvalho Dos Santos e “A influência africana na cultura brasileira”, de Emanuel De Jesus Saraiva, entre outras obras. No estande da Uema, serão lançados “Dicionário da Obra de Domingos Vieira Filho”, de José de Ribamar Mendes Bezerra, “Tá Todo Mundo Enganado!”, de Ubirajara Ramos, e (Des) Histórias, de Eudes Oliveira Alencar.

Serviço

O quê

Palestra “As cidades como inspiração literária”, com João Gilberto Noll

Quando

Hoje, às 20h

Onde

Feira do Livro de São Luís, no Teatro João do Vale

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