Sem lisura

Dois polos vão ter eleição de conselheiro anulada

De acordo com o Ministério Público, em dois dos 10 Conselhos Tutelares existentes em São Luís a eleição foi anulada por irregularidades

Atualizada em 11/10/2022 às 12h54
Urnas da eleição para conselheiro  tutelar chegam  ao CMDCA para serem apuradas
Urnas da eleição para conselheiro tutelar chegam ao CMDCA para serem apuradas (Urnas)

Com base em recomendação do Ministério Público do Maranhão (MP), a eleição para a indicação de conselheiros tutelares - cujo processo foi realizado no domingo, dia 4 - na zona rural e Centro/Alemanha foi anulada. De acordo com o MP, a recomendação foi motivada por várias reclamações de candidatos e apoiadores, sobre a falta de organização do pleito.

A apuração dos votos nos polos em que a eleição, até ontem, era considerada válida foi encerrada no fim da manhã e aconteceu no Ginásio Paulo Leite, no complexo esportivo no Outeiro da Cruz, ao lado do Ginásio Castelinho. Até o fechamento desta página, a direção do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) ainda não havia se pronunciado sobre o resultado da eleição.

Na tarde de ontem, O Estado esteve na sede do CMDCA, localizada na Rua Melvin Jones, no Apicum (Centro). No local, funcionários da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas) da Prefeitura de São Luís – utilizando um caminhão – deixaram as urnas em que foram depositadas as cédulas dos eleitores no pleito de domingo. Por causa do processo eleitoral, não houve expediente durante todo o dia de ontem, na sede do conselho.

O cancelamento do expediente na sede do CMDCA surpreendeu candidatos e que procuraram o conselho ontem, na busca por informações. Segundo a candidata a conselheira tutelar do polo da Cidade Operária, Camila Viana, o pleito foi marcado por irregularidades. “Houve, além, de compra de votos, eleitores que não estavam cadastrados na folha de votação e que, mesmo assim, votaram. Nunca vi uma eleição tão bagunçada como esta que houve ontem [domingo, dia 4]”, disse.

O autônomo Batista Oliveira, da comunidade do Coroadinho e que participou do processo eleitoral para conselheiro tutelar como “apoiador de campanha” disse a O Estado que um relatório sobre os problemas constatados no pleito está em fase final de elaboração para, em seguida, ser encaminhado ao MP. “Assim que tivermos todas as provas, vamos ingressar com algum tipo de procedimento no Ministério Público para pedir providências. O que não pode é deixar como está e uma eleição como essa ser validada da forma que foi”, disse.

Um candidato da comunidade do São Cristóvão e que preferiu não ser identificado, também confirmou a existência de fraudes na eleição para conselheiros tutelares. “Aquilo que vi foi uma vergonha. Nunca vi algo parecido. Realmente, houve manobras para se eleger aquilo que era de interesse dos mais poderosos”, disse.

SEM RESPOSTA
CONTATOS NÃO RESPONDIDO

O Estado tentou manter contato, por telefone, durante todo o dia de ontem, com a direção do CMDCA, mas até o fechamento desta página, não obteve resposta. O jornal também manteve contato, por e-mail, com a assessoria de comunicação da Prefeitura de São Luís, que também não encaminhou nenhum parecer. Em nota, às 15h de domingo, a Prefeitura de São Luís – com base em posicionamento do CMDCA - informou que as eleições, até aquele momento, “transcorriam normalmente”, conforme a Lei Federal nº 12.696, de 2012.

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