Rock in Rio

Queen e Adam Lambert são atrações de peso no Rock in Rio

Banda volta ao palco do festival como a principal atração da noite de abertura do evento

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55

RIO - Brian May tinha 38 anos quando, ao violão, acompanhou Freddie Mercury e 200 mil pessoas ao som de "Love of my life", no primeiro Rock in Rio, em 1985. Alheio a tudo isso, o pequeno Adam Lambert começava a vida, primeiro em Indianápolis, depois em San Diego, nos EUA. Ele faria três anos poucos dias após o festival. Agora, a ordem dos fatores mudou: Brian May, 68 anos, cabelos totalmente grisalhos, mas com o mesmo corte volumoso de sempre, o baterista Roger Taylor (66 e farta barba de vovô)... e Adam Lambert, um garotão com pinta de astro sertanejo, chegaram juntos para uma entrevista coletiva no Rio de Janeiro. É que sexta-feira (18), eles serão a principal atração da noite de abertura do Rock in Rio, com o nome Queen + Adam Lambert.

“Eu tinha três anos, mas fiz minhas pesquisas e vi bem como é o publico brasileiro”, brincou um simpático Adam, que chega com a assustadora missão de ocupar no palco o lugar que foi do vocalista, pianista e compositor Mercury, falecido em 1991, de Aids.

“Ele não está tentando ser Freddie Mercury, de maneira alguma”, assegurou Roger Taylor. “Não há nada que não possamos fazer com Adam. Algumas coisas, até melhor”, completou Brian May, que viu voltarem ali, no Copacabana Palace (onde a banda se hospedou em 1985), memórias dos shows no Rock in Rio. “Foi chocante como o publico entendia cada palavra de nossas canções, especialmente ‘Love of my life’. O Brasil criou algo especial naquela ocasião, que nos deu uma energia extra”.


Shows - O Queen + Adam Lambert que toca no Rock in Rio e, antes disso, passa por São Paulo (dia 16, no Ginásio do Ibirapuera) e depois por Porto Alegre (dia 21, no Gigantinho) teve sua gênese em 2009. Brian e Roger (que encerravam naquele ano sua parceria em disco e shows, de cinco anos, com o cantor Paul Rodgers) foram convidados para se apresentar no programa de TV "American Idol", tocando um clássico do Queen, "We are the champions", com dois competidores nos vocais: Adam Lambert e Kris Allen.
Kris acabaria vencedor daquela temporada do programa, mas foi Adam quem levou a melhor - a partir de 2012, ele, May e Taylor começaram a fazer juntos e, dois anos depois, anunciaram uma turnê do Queen + Adam Lambert com o baixista Neil Fairclough, o tecladista Spikey Edney (músico de apoio do Queen nos anos 1980, que Roger Taylor define como "o cara que lembra tudo o que esquecemos") e o percussionista Rufus Tiger Taylor (filho de Roger, com quem ele faz duelos nos shows).

“A coisa aconteceu de forma gradual. Naquele momento, no American Idol, vimos que poderia ser interessante ter o Adam cantando conosco”, contou Brian May. “Depois de um show para uma festa de premiação (em 2011, eles se apresentaram no MTV Europe Awards, em Belfast), uma porta foi aberta, e vimos que a coisa poderia realmente funcionar”.

“E aí, quando nos demos conta, estávamos fazendo uma turnê mundial juntos”, lembrou Roger Taylor.
A razão de o Queen + Adam Lambert ter chegado ao Brasil uma semana antes dos shows é uma só: uma série de ensaios a fim de preparar um espetáculo à altura da ocasião. Há seis meses eles não tocam juntos.
“Temos que entrar de novo na batida”, explicou Adam, artista gay que, em sua primeira visita ao Rio, espera também poder conferir a programação noturna da cidade. “Mas prometo guardar a melhor parte da diversão para o palco, não para fora dele”.

Os show brasileiros serão repletos de surpresas. Segundo Brian May, pode ser que eles se desviem dos hits aqui e ali para tocar coisas como "Dragon attack" (música funkeada menos conhecida - mas que Adam Lambert adora - do disco "The game", de 1980). Já "Love of my life" será apresentada "de uma forma especial que envolve Fred (Mercury)". O novo vocalista jura que não sente mais o peso das comparações.
“Não fico mais tão intimidado. Ao contrario: estou animado com o desafio. Freddie estará presente em cada canção. E esses caras aqui ainda arrasam”, disse Adam, confessando que sonha em poder um dia "tocar piano e compor como Freddie."

Ciente de que estará tocando no Brasil para um público que em boa parte não era nascido quando o Queen viveu seu auge, Brian May não se acanha: “A garotada sabe bem quem somos.
E mesmo que não saiba quem é cada um de nós, eles conhecem as canções”, emenda Roger Taylor.
“O show do Queen é uma espécie de evento de família, que une as gerações”, opina, por sua vez, Adam Lambert. “Mas, ainda assim, é rock'n'roll”.

Festival - A vice-presidente do Rock in Rio, Roberta Medina, falou um pouco sobre a importância do Queen para a história do festival. “Eles foram a primeira banda a ser confirmada para o Rock in Rio. Essa atitude ajudou outras bandas a confirmarem suas participações naquela maluquice - disse. - E, além disso, eles emprestaram todo o equipamento de luz do festival. O Rock in Rio não teria sido o que foi sem o Queen”.
Sobre o futuro da banda, Roger Taylor deu algumas pistas. Nada animadoras - embora em tom de brincadeira. “Não sabemos por quanto tempo mais conseguiremos continuar tocando. Comprem seus ingressos!”, disse, para logo ser informado de que eles estavam esgotados. “Então guardem bem seus ingressos!”, recomendou Adam.

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