Assustados

Insegurança em espaços públicos gera preocupação

Mulher foi estuprada quando fazia exercícios na área da Reserva do Itapiracó recentemente; criminoso abordou vítima e a levou para matagal

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55

[e-s001]A falta de segurança em espaços públicos de São Luís tem preocupado praticantes de ati­vidades físicas. No Parque do Itapiracó e na Lagoa da Jansen, as pessoas que buscam um espaço para se exercitar, levar crian­ças para passear e até mesmo buscar tranquilidade reclamam da falta de patrulhamento e de iluminação precária nesses locais, o que facilita a ação de criminosos. No Parque do Bom Menino, a estratégia dos frequentadores é andar em grupos.

Hoje faz uma semana que uma mulher foi vítima de estupro quando praticava atividades físicas na Reserva do Itapiracó. Conforme o Boletim de Ocorrência (B.O.) do caso, a mulher estava praticando atividade na reserva, na companhia dos familiares, por volta de 20h. Em determinado momento, ela se afastou do gru­po e foi abordada por um ho­mem. Como nada portasse, o criminoso ficou insatisfeito e levou a vítima para um lugar ainda mais profundo do matagal e praticou o abuso sexual.

O caso ocorrido na reserva foi um dos crimes que podem acontecer nos parques da cidade. O ato extremo mostrou a falta de segurança com que as pessoas convivem diariamente nesses locais e chama para a reflexão sobre quais lugares a população ainda pode frequentar na capital maranhense com o mínimo de segurança.

Medo
Mesmo depois do ocorrido na Reserva do Itapiracó, a estrutura de segurança ainda deixa a desejar para os visitantes. Segundo frequentadores, o patrulhamen­to feito em viaturas pode ser visto apenas no início da manhã e à tarde. No restante do dia e à noite, os praticantes de exercícios contam apenas com a sorte.

O autônomo Hélio Rocha reclama por reforço na segurança do local. Ele buscou a reserva para fazer caminhadas depois de receber recomendações médicas, mas a insegurança o tem deixado preocupado. “Deveria ter motocicletas circulando aqui. A gente não se sente seguro neste lugar. Falta o poder público olhar mais essa questão. Vem muita gente, principalmente à noite, mas, de qualquer forma, a gente gostaria de mais segurança para poder relaxar”, declarou.

[e-s001]Além do policiamento reduzido, os visitantes destacam a iluminação precária ao longo de toda a pista da reserva. Cabos da maioria das luminárias foram roubados e os próprios equipamentos são alvos de vândalos. Maria dos Reis aproveita para cortar caminho até o trabalho, mas não se arrisca a voltar pelo local à noite, por causa da pouca iluminação.

Na Lagoa da Jansen, as reclamações são semelhantes ao Itapiracó. O representante comercial Bruno Guarda mora no en­torno do parque estadual e corre no local quase todos os dias. Por causa da maior sensação de segurança e também pelo tempo disponível, ele frequenta o local geralmente pela manhã. “Depende muito do horário a questão da segurança. Mas à noite é um pouco complicado. Às vezes, a gente está disponível à noite, umas 22h, mas é complicado vir caminhar”, disse.

Neuma Mendes Avelar também mora no entorno da Lagoa da Jansen e faz caminhada no local. Para a autônoma, a presença de um posto policial no espaço não garante a segurança devida aos frequentadores. “Meu maior medo é de assalto. Eles [policiais] ficam só no posto e a gente não vê ninguém rodando na pista. Muitos trechos ficam desertos e por isso eu não dou a vol­ta na lagoa”, ressaltou.

A base comunitária da Companhia de Policiamento Independente de Turismo (CPTur Ind) da Lagoa foi inaugurada em fevereiro de 2014, após reforma. Na ocasião, a unidade atuaria com policiais fixos e motorizados com carros e motocicletas.

Tática
Uma tática diferente vem sendo utilizada por frequentadores do Parque do Bom Menino, localizado na região central da cidade, especialmente à noite. Grande parte dos usuários de uma das áreas mais arborizadas da capital pratica atividades físicas no local acompanhada por alguém ou em grupos para evitar, dessa forma, os riscos de assaltos.

Ainda segundo os usuários do espaço, a medida é autoprotetiva, já que, segundo eles, não há policiamento no parque. Outro fator que, segundo os frequentadores, contribui para os assaltos no trecho é a presença de moradores de rua. No local, é possível ver pessoas fazendo uso da estrutura como espécie de dormitório.

[e-s001]Em nota, a Polícia Militar do Maranhão (PM), por meio do Comando de Policiamento de Área Metropolitano I (CPAM), informou que reforçou as ações na Reserva do Itapiracó a fim de identificar e localizar o autor do delito ocorrido no dia 8. A PM também intensificou as rondas no local para evitar o registro de ocorrências na área.

A PM ressaltou que desde as modificações na Reserva do Itapiracó, a ocorrência do dia 8 foi a primeira dessa natureza registrada no local. Sobre a área da Lagoa da Jansen, o patrulhamento é feito pela Companhia de Polícia de Turismo (CpTur), que conta com efetivo em várias modalidades: a pé, em quadriciclos e em viaturas.

ITAPIRACÓ
RESERVA PROTEGIDA

O parque de proteção ambiental, que foi criado pelo Decreto Estadual nº 15.618 de 23 de junho de 1997, tem um total de 322 hectares, cobertos, ainda, por uma vegetação remanescente da Floresta Amazônica classificada em mata de terra firme e mata periodicamente representada por angelim, andiroba, pequi, bacuri, ariri, sapucaia, buriti, janaúba e tucum, entre outras

Deveria ter motos circulando aqui. A gente não se sente seguro nesse lugar. Falta o poder público olhar mais essa questão”Hélio Rocha autônomo

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