Crise humanitária

Obama pede a governo que os EUA acolham 10 mil refugiados sírios

Congresso dos EUA terá de se comprometer financeiramente, diz porta-voz Josh Earnest; um grande fluxo de pessoas do Oriente Médio e norte da África tem fugido de guerras e conflitos de seus países para buscar uma vida em paz na União Europeia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55
(Sírios chegando de bote à ilha grega de Lesbos, na Grécia )

EUA - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu a seu governo que inicie os preparativos para poder receber pelo menos 10 mil refugiados sírios durante o novo ano fiscal, que começa em 1º de outubro, anunciou ontem a Casa Branca.

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, fez o anúncio em sua entrevista coletiva diária, um dia depois que o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse que seu país está comprometido a acolher mais refugiados sírios para responder à crise migratória que está afetando a Europa.

Mais cedo, ontem, John Kerry, havia dito, num encontro a portas fechadas no Congresso, que a cota anual de refugiados no país poderia subir dos atuais 70 mil para 100 mil. Funcionários do Departamento de Estado afirmaram ao "The New York Times" que nem todos os 30 mil novos refugiados seriam sírios.

Um grande fluxo de pessoas do Oriente Médio e norte da África tem fugido de guerras e conflitos de seus países para buscar uma vida em paz na União Europeia. Um total de 381.412 migrantes e refugiados chegaram à Europa por meio do Mediterrâneo desde janeiro de 2015 e 2.850 morreram na travessia ou foram considerados desaparecidos, informou a Agência da ONU para os Refugiados (Acnur).

Acolhimento - Segundo Earnest, o acolhimento de 10 mil refugiados reflete o aumento significativo do comprometimento dos EUA de aceitar refugiados de países em guerra e de oferecer a eles cuidados básicos. O porta-voz também lembrou que o Congresso dos EUA terá de se comprometer financeiramente para ajudar a aumentar o número de refugiados sírios que entram no país

Os Estados Unidos receberam cerca de 1.500 sírios desde o início da guerra civil há quatro anos no país, de acordo com a Associated Press. Atualmente, os Estados Unidos aceitam cerca de 70 mil refugiados de conflitos e perseguições por ano, mas têm evitado aceitar sírios. Os refugiados da Síria são submetidos a uma rígida checagem de segurança para impedir a entrada de extremistas em território americano.

Desde o último domingo (6), os Estados Unidos passaram a sofrer mais pressão para ajudar a Europa a encontrar refúgio para a leva de imigrantes que foge das guerras e do caos na região do Oriente Médio e Norte da África. David Miliband, chefe do Comitê Internacional de Resgate e ex-secretário de Relações Exteriores britânico, pediu aos EUA para mostrarem “o tipo de liderança que a América já exibiu neste tipo de assunto” no passado.

Críticas - O presidente Barack Obama enfrentava críticas por não estar fazendo o suficiente para ajudar os sírios que fogem da guerra civil no país. Só a Alemanha espera receber, até o fim deste ano, 800 mil pedidos de asilo. O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, cobrou a distribuição de 160 mil refugiados pelo continente.

Os EUA têm evitado aceitar sírios - foram 1.300 desde o início do conflito, há mais de quatro anos –, e os refugiados vindos do país são submetidos a uma rígida checagem de antecedentes para impedir a entrada de extremistas em território americano.

O Departamento de Segurança Interna leva, geralmente, de 18 a 24 meses para determinar se um refugiado é elegível para ser reassentado nos EUA, segundo o Departamento de Estado.

A ex-secretária de Estado e principal pré-candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, apelou para que os EUA recebam mais refugiados e forneçam mais ajuda durante um discurso na quarta-feira,9, no Instituto Brookings, em Washington. Para os pré-candidatos republicanos, a questão acaba sendo tratada dentro do debate sobre a imigração.

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