Proteção

MS faz mobilização para incentivar 2ª dose da vacina contra HPV

Objetivo é alertar sobre a importância da vacina para garantir proteção contra a doença responsável por 70% dos casos de câncer do colo do útero

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55
Meninas de 9 a 11 devem tomar a 2ª dose da vacina contra o HPV
Meninas de 9 a 11 devem tomar a 2ª dose da vacina contra o HPV (vacina hpv)

Brasília - A partir deste mês, as meninas de 9 a 11 anos que tomaram a primeira dose da vacina quadrivalente contra Papiloma Vírus Humano (HPV) devem retornar a um posto de vacinação para receber a segunda dose. A vacina protege contra dois subtipos de HPV, doença responsável por 70% dos casos de câncer do colo do útero e a terceira causa de morte de mulheres no Brasil. Para alertar sobre a importância da vacinação, Ministério da Saúde promove mobilização nacional que visa incentivar pais e responsáveis a levarem suas filhas para tomar a segunda dose contra HPV.

Em entrevista, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, ressaltou a importância da vacina na prevenção contra o câncer do colo do útero. “Apesar do grande sucesso obtido na cobertura vacinal em 2014, neste ano os números ficaram abaixo do esperado. Por isso, o Ministério da Saúde convoca os pais, responsáveis, gestores locais, professores e toda a sociedade para divulgar a informação de que a vacina é segura e eficaz”, afirmou Chioro. Segundo ele, além de todas as medidas tradicionais de prevenção do câncer de colo do útero - que não devem ser deixadas de lado – com a vacina, “o Brasil tem a possibilidade de escrever uma nova história na geração futura das mulheres livres do câncer do colo do útero”.

O ministro destacou a experiência internacional, citando países que implantaram a vacina há pelo menos quatro anos, com resultados impactantes. “Nos Estados Unidos, por exemplo, houve 68% de redução nos casos de HPV dos subtipos 16 e 18, que são responsáveis pelo câncer do colo do útero. Já na Austrália, que implantou a vacina em 2007, os casos de verrugas genitais reduziram de 18,4% para 1,1% nas mulheres de até 21 anos. Esses são exemplos de que a vacina é segura e pode mudar a saúde das próximas gerações de mulheres”, observou Chioro.

Até agosto, 2,5 milhões de meninas de 9 a 11 anos foram vacinadas contra HPV. Isso representa 50,4% do público-alvo, formado por 4,9 milhões de meninas nessa faixa-etária. No ano passado, quando a vacina foi disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS), 100% do público estimado foi vacinado com a primeira dose, alcançando 5 milhões de meninas de 11 a 13 anos. Entretanto, só 3 milhões destas meninas procuraram uma unidade de saúde para tomar a segunda dose, o que representa 60%, sendo que a meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% do público–alvo.

A vacina contra HPV está disponível nas 36 mil salas de vacinação espalhadas pelo país. O Ministério da Saúde recomenda aos estados e municípios que façam parcerias com as escolas públicas e privadas para realizar a vacinação no ambiente escolar. Experiências de vacinação nas escolas realizada em outros países, como Austrália e Escócia, mostram a importância dessa estratégia para garantir altas coberturas vacinais.

Esquema vacinal – A vacina contra HPV é indicada para adolescentes de 9 a 13 anos com três doses. Após a primeira dose, a menina deve receber a segunda seis meses depois, e a terceira, de reforço, cinco anos após a primeira dose. Além do documento de identificação, o Ministério da Saúde recomenda que seja apresentado o cartão de vacinação.

Todas as meninas de 11 a 13 anos que só tomaram a primeira dose no ano passado também devem procurar um posto de saúde para tomar a segunda. Isso também vale para as meninas que tomaram a primeira dose aos 13 anos e já completaram 14 e para aquelas que já tenham passado de um ano da primeira dose. Afinal, a proteção só é garantida com a aplicação das duas doses.

Neste ano, o Ministério da Saúde incluiu no grupo alvo da vacinação as mulheres de 9 a 26 anos que vivem com HIV. Mais suscetível a complicações decorrentes do HPV, esse público tem probabilidade cinco vezes maior de desenvolver câncer no colo do útero do que a população em geral. Com a medida, 33,5 mil mulheres serão beneficiadas pela vacinação. Para este grupo, o esquema vacinal também conta com três doses, mas com intervalos diferentes. A segunda e a terceira doses serão aplicadas dois e seis meses após a primeira. Nesse caso, elas precisarão apresentar a prescrição médica.

Mais

O câncer do colo do útero é o terceiro tipo que mais mata mulheres no Brasil, atrás apenas do de mama e de brônquios e pulmões. O número de mortes por câncer do colo do útero no país aumentou 28,6% em 10 anos, passando de 4.091 óbitos, em 2002, para 5.264, em 2012, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer no Brasil, publicação do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

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