Sobre explicações

A Prefeitura de São Luís tentou dar de ombros à questão envolvendo a construção da ponte sobre o rio Gangan. Mas precisa tomar cuidado com a proporção negativa que a repercussão teve, exatamente por causa da falta de explicação convincente.

Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55

A Prefeitura de São Luís tentou dar de ombros à questão envolvendo a construção da ponte sobre o rio Gangan, agora batizada de “Ponte Pai Inácio”. Mas o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), seus auxiliares e seus aliados precisam tomar cuidado com a proporção negativa que a repercussão teve, exatamente por causa da falta de explicação convincente.

Aos fatos: em 2013, o prefeito e o então auxiliar de obras foram à região do rio Gangan e, lá, anunciaram, em alto e bom som, que iriam construir a ponte, além de urbanizar toda a área. Gravaram entrevistas, a Secretaria de Comunicação divulgou releases e até uma placa, com a inscrição inequívoca “Construção da Ponte sobre o rio Gangan” foi colocada no local.

Detalhe: na época, a própria prefeitura informou que os recursos - cerca de R$ 7,5 milhões - viram da Caixa Econômica Federal. O dinheiro veio, mas a obra nunca foi feita.

Na semana passada, Edivaldo voltou ao mesmo local e anunciou, de novo, a construção da mesma ponte, que resolveu batizar de “Ponte Pai Inácio”. Foi então que despertou a curiosidade do deputado Wellington do Curso (PPS): “Como assim? Essa ponte já não deveria ter sido feita? O prefeito não anunciou sua construção em 2013? O que foi feito com os recursos?”, perguntou o parlamentar, em linhas gerais.

A princípio, a prefeitura insistiu na tese de que o dinheiro da Caixa não era para a construção da ponte, mas apenas para canalização do rio. Wellington voltou à carga: se não era, por que o prefeito anunciou?

Só esta semana, o deputado Othelino Neto (PCdoB) acabou por admitir o que prefeitura deveria ter feito há duas semanas: simplesmente admitiu que, em 2013, “não deu para o prefeito fazer”.

Mas agora a coisa já ganhou outras proporções. E a cada tentativa de explicação, o caso torna-se mais nebuloso.

Frustração

Se esperavam anúncios como liberação de emendas ou convênios com prefeituras aliadas, os deputados saíram frustrados, ontem, da reunião com o governador Flávio Dino (PCdoB).

A cantilena foi uma só: a crise está inviabilizando o governo e haverá cortes em várias áreas, incluindo as emendas parlamentares.

O que Flávio Dino pediu foi paciência e apoio da base às medidas de austeridade.

Já em Brasília

Chegou ontem ao gabinete do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, os ofícios com pedidos de informações sobre a construção da ponte “Pai Inácio”, em São Luís.

Articulado pelo deputado estadual Wellington do Curso, os documentos foram entregues pessoalmente ao ministro, pela deputada Eliziane Gama (PPS).

Os deputados querem saber de que forma o prefeito Edivaldo Júnior prestou contas do convênio para construir a ponte, ainda em 2013.

Ausentes

Pelo menos dois deputados que eram esperados na reunião com o governador - Roberto Costa (PMDB) e Alexandre Almeida (PTN) - não foram ao Palácio dos Leões.

Alexandre estava em Brasília, tratando de interesses de suas prefeituras aliadas.

Roberto Costa preferiu ir a Bacabal, tratar da construção de sua pré-campanha a prefeito do município.

Só um bolinho

O prefeito Edivaldo Júnior convida para um almoço, hoje, em homenagem ao aniversário de 403 anos de São Luís.

Mas vai evitar os questionamentos da imprensa, falando apenas das obras que vêm sendo executadas em alguns bairros.

O prefeito não quer se expor diante da falta de uma obra de porte que pudesse ser dada como “presente para a capital maranhense”.

Vaias

O senador Roberto Rocha (PSB) negou que tenha sido vaiado em evento do PSB por militantes do partido.

Segundo ele, aliados do secretário Bira do Pindaré é que se juntaram e se manifestaram contra, segundo o senador, pelas críticas que fez ao PT.

As vaias que foram dadas foram tema de comentários do deputado federal José Reinaldo Tavares.

Desinteresse

Essa posição de José Reinaldo Tavares, aliás, é considerada sem nenhuma importância pelo senador Roberto Rocha.

Ele se manifestou e disse que não tem interesse e nem preocupação com o que Tavares fala ou escreve.

- Não estou preocupado, nem interessado nas opiniões dele. Meu olhar é para o para-brisa e não para o retrovisor - disse Roberto Rocha.

Feriadão

As especulações em torno da possível entrega da prefeita afastada e foragida de Benedito Leite voltaram com força, ontem.

Mas alguém lembrou, ironicamente, que o Maranhão está à beira de um feriadão, o que inviabilizaria sua aparição.

Afinal, como é de praxe, nada no serviço público tende a se movimentar em épocas como essa.

Grave

O deputado Fernando Furtado (PCdoB) classificou ontem o colega Toca Serra (PTC), de bandido na Assembleia Legislativa.

A declaração do parlamentar, dirigida ao adversário político no município de Pedro do Rosário, deixou atônitos os demais deputados.

Furtado ainda acusou um irmão de Toca Serra de ter estuprado uma menina de 13 anos no município, o que provocou perplexidade no Parlamento.

Nada bom

A crise entre Fernando Furtado e Toca Serra mostra a todos que acompanham o Legislativo, que não deve acabar bem.

Eles têm trocado acusações no plenário, e apesar da intervenção de colegas, utilizam cada vez mais termos chulos quando se referem um ao outro.

Furtado já chegou a ameaçar o colega: “Resolverei no plenário e se o parlamentar entender que no plenário não dá, resolveremos em outro lugar”.

Repúdio

Nove entidades que representam policiais militares do Maranhão lançaram nota pública ontem de repúdio ao Governo e em solidariedade aos praças da PM.

Na nota, as entidades criticaram as prisões dos militares envolvidos nos casos de Vitória do Mearim, que vitimou Irialdo Batalha, e do Turu, que vitimou Fagner dos Santos, na Vila Luizão.

O documento classifica o Governo de repressor e pede respeito aos policiais militares do estado.

E Mais

O deputado Adriano Sarney enquadrou o colega Othelino Neto, ontem, em mais um discurso na Assembleia Legislativa.

A lutadora de MMA Monique Bastos ganhou fama nacional ao imobilizar um assaltante com golpes de Jiujtsu, em Açailândia.

A deputada Andrea Murad acusa o governo Flávio Dino de ter grampeado ilegalmente o seu celular.

O desequilíbrio emocional do deputado Fernando Furtado (PCdoB) tem preocupado os colegas de Assembleia Legislativa.

Ainda que, por vias tortas, o governo Flávio Dino vai admitindo, aos poucos, que seu primeiro ano de mandato ainda não engrenou.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.