Prado Carioca

Estelionatário preso em 2010 por aplicar golpe volta a atuar em SL

Carlos Roberto Melo Prado fez uso do nome do presidente do Conselho Deliberativo do Grupo Mirante, Fernando Sarney, para obter verbas de empresa farmacêutica local

Thiago Bastos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55
Prado carioca volta a aplicar golpes
Prado carioca volta a aplicar golpes ( Estelionatário preso em 2010 por aplicar golpe volta a atuar em SL)

O estelionatário Carlos Roberto Melo Prado (conhecido por Prado Carioca), acusado de aplicar golpes se utilizando de nomes de empresários, fez uso novamente do nome do presidente do Conselho Deliberativo do Grupo Mirante, Fernando Sarney, para tentar obter verbas, de forma indevida e sem autorização, de patrocínio de uma empresa do setor farmacêutico. A constatação tem como base uma série de e-mails, obtidos por O Estado, em que o estelionatário cobra o repasse de um valor monetário da empresa, sob a alegação de que o mesmo seria utilizado para apoiar um grupo folclórico de bumba meu boi, que faria uma viagem a, pelo menos, três estados da federação (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), além do Distrito Federal.

De acordo com a nota fiscal encaminhada no dia 20 de agosto deste ano e endereçada à empresa farmacêutica, o valor obtido pelo estelionatário – que possui uma empresa aparentemente de “fachada” e intitulada C.R. Melo Prado Eireli, com sede em São José de Ribamar (Região Metropolitana de São Luís), seria de R$ 78 mil. Além da ajuda ao grupo de bumba-boi, a verba também seria utilizada para apoio a uma campanha de saúde.

A comprovação de que o estelionatário se utilizou, para obter contatos com a empresa farmacêutica, do nome do presidente do Conselho Deliberativo do Grupo Mirante está, por exemplo, em um e-mail encaminhado no dia 20 do mês passado em que Carlos Prado (utilizando-se do nome de Fernando Sarney) pede informações a um dirigente da empresa de Farmacêutica sobre o recebimento ou não da nota fiscal.

Em outro email, do dia 19 de agosto, o estelionatário Carlos Prado (denominando-se como diretor Cultural e Financeiro da empresa C.R. Melo Prado Eireli) pede da empresa farmacêutica o endereço correto da mesma para encaminhamento da nota fiscal, para repasse da verba. Segundo trecho, Carlos Prado “solicita urgência” para que – com base nos dados da empresa farmacêutica – sejam encaminhadas duas vias da nota fiscal via sedex.

Procurado por O Estado, e fazendo uso do número de telefone usado por ele para manter contato com suas vítimas, o estelionatário não atendeu as ligações.

Relembre – Em 2010, o estelionatário foi preso após se passar, à época, por pessoas importantes – dentre elas empresários e políticos – para conseguir extorquir dinheiro de suas vítimas. Em dezembro do ano passado, Prado Carioca tentou extorquir R$ 68 mil de um empresário e dono de uma empresa de aviação na cidade de Manaus, capital do Amazonas. Na ocasião, o estelionatário alegara patrocínio para um grupo folclórico intitulado “Encanto do Maranhão” que iria se apresentar nos dias 15,16 e 17 de dezembro do ano passado nas cidades de Belém, Santarém e Altamira.

Antes, em outubro e março do ano passado, Prado Carioca enviou o mesmo pedido de patrocínio para empresas em Brasília e Fortaleza, com alegações idênticas, ou seja, participar de eventos relativos à cultura e à importância do meio ambiente no país. Em todas estas ocasiões, como forma de ganhar a confiança de sua vítima, Prado fez uso do nome do empresário Fernando Sarney.

Em 2003, Prado já havia sido preso por crime de estelionato. Em 2009, Prado se passou pelo senador Epitácio Cafeteira (PTB) para tentar extorquir dinheiro da Petrobrás. À época, o estelionatário encaminhou ofício com uma assinatura falsa do político à diretoria de Petróleo e Gás da empresa, no Rio de Janeiro.

Sobre a empresa – Com base em documentos obtidos por O Estado, o ato constitutivo da empresa C.R. Melo Prado Eireli foi firmado no dia 17 de maio de 2013, em documento inclusive com certificado de autenticação da Junta Comercial do Estado do Maranhão (Jucema). Segundo o documento, no item 1, o capital social da empresa seria inicial de R$ 67.800,00 e o objeto seria de produção e promoção de eventos esportivos, além de espetáculos de dança.

Em outro documento, o estelionatário obteve um Nada Consta, confirmando – no dia 19 de março deste ano – que até então não havia dados de Prado Carioca nos registros eletrônicos de distribuição de ações e execuções Cíveis e Criminais mantidos no Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região.

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