Invasão permanece

Justiça suspende liminar que devolveria posse de terreno no Miritiua

Com a decisão temporária, despejo das pouco mais de duas mil famílias que invadiram o terreno, ao lado da sede do Sampaio, está impedido

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55

[e-s001]O despejo das pouco mais de duas mil famílias de um terreno localizado no Miritiua (entre os bairros do Turu e Vila Luizão), situado ao lado do Centro de Treinamento José Carlos Macieira, do Sampaio Corrêa, foi suspenso ontem, dia 25, após anulação temporária dos efeitos de liminar de manutenção de posse, proposta pela empresa Hispamix Brasil Investimentos LTDA. A suspensão da ação de despejo teve como base uma decisão judicial expedida pela juíza de Direito de São José de Ribamar, Ticiany Gedeon Maciel Palácio.

De acordo com a juíza (com base no Processo nº 3547-93.2015.8.10.0058), um novo pedido de expedição de mandado de manutenção de posse do terreno (ocupado por invasores desde o dia 13 deste mês e que resultou na morte do jovem Fagner Barros, de 19 anos, após confronto com a Polícia Militar do Maranhão) deverá ser analisado no início da semana que vem, após a realização de uma audiência de justificação prévia, proposta para acontecer na sexta-feira, dia 28, às 11h30, em local a ser confirmado.

A magistrada decidiu ainda a "necessidade" de uma inspeção judicial no local da invasão, a acontecer a partir das 14h, também no dia 28, para melhor esclarecimento dos fatos. Até o fechamento desta página, os efeitos da decisão da juíza ainda estavam mantidos.

Enquanto isso, outras pessoas aproveitam a "brecha judicial" para expandir as suas áreas de invasão no terreno no Miritiua. O Estado esteve no local, na tarde de ontem, e constatou um aumento no número de casas construídas na área. Algumas delas estão a poucos metros do campo principal do CT José Carlos Macieira, do Sampaio Corrêa (cujos treinamentos em um campo alugado na Maioba).

O clima no local, apesar de pouco mais de 12 dias após o fato que vitimou um dos moradores da invasão, ainda é considerado tenso. Ninguém quis conceder entrevista ou mesmo dar informações sobre a existência de lideranças na invasão (que já recebeu, informalmente, o nome de Vila Sampaio Corrêa).

[e-s001]Segundo uma das moradoras da Rua Alonso Costa, situada nas proximidades do local da invasão e que pediu para não ser identificada - com medo de represálias -, nos próximos dias um grupo constituído por ocupantes do terreno prometeu realizar uma manifestação, em frente ao Palácio dos Leões, exigindo providências por parte do Governo do Maranhão quanto à situação.

Procurada por O Estado, nenhum responsável pela Hispamix foi encontrado para informar se a empresa recorrerá da decisão. O jornal procurou ainda a direção do Sampaio Corrêa, que também não foi localizada para falar sobre o tema.

RELEMBRE
Em cumprimento
a outra decisão judicial, no dia 13 deste mês, a Polícia Militar do Maranhão (PM) deflagrou uma operação para retirada dos moradores do terreno no Miritiua. Inicialmente, a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP) informou - sobre a morte do integrante da invasão Fagner Santos - que o cabo da PM, Marcelo Monteiro dos Santos, disparou um tiro "contra um manifestante que, infelizmente, veio a óbito".

No dia 22 deste mês, conforme publicado na edição de O Estado e com base em informações da Delegacia de Homicídios, foi divulgado que o resultado do exame de comparação balística dos cabos Marcelo Monteiro e Janilson Silva dos Santos (também apontado por participação na morte do manifestante) deu negativo. Apesar do resultado, ainda segundo a polícia, os dois militares continuam como principais suspeitos do crime.

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