EXPOSIÇÃO

Tambor de Crioula é tema de exposição na Biblioteca Pública Benedito Leite

Mostra “Folclore e Literatura – Crioula, simples como deve ser!” ficará aberta ao público até o dia 27 de agosto

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55

O tambor de Crioula, uma das maiores manifestações culturais do Estado do Maranhão, e a manifestação é considerada Patrimônio Cultural Brasileiro é tema da exposição “Folclore e Literatura – Crioula, simples como deve ser!”, que está em cartaz na Biblioteca Pública Benedito Leite (Centro). A exposição faz parte da programação de agosto na biblioteca, pois este é considerado o mês do folclore e ficará aberta ao público até o dia 27 deste mês.

A ideia da exposição foi do Tambor de Crioula Maracrioula, do bairro da Liberdade, que se dispôs em separar alguns elementos característicos na dança para ser posto em exposição. Quem for à Biblioteca Pública Benedito Leite vai poder ver de perto a vestimenta utilizada pelos brincantes, além dos instrumentos musicais.

A programação deste mês também contempla uma exposição sobre o folclore nacional, enfatizando as expressões maranhenses, no Salão do Acervo Geral. Vários livros sobre a história do folclore estão à disposição de todos que tiverem interesse. Os livros fazem parte do rico acervo da biblioteca e é um meio de valorizar o artista maranhense Pedro Júnior que está expondo “Artes, lendas e magias maranhenses”.

Tambor de Crioula

Vestimentas das coreiras.
Vestimentas das coreiras.

É uma dança afro-brasileira que contém movimentos circulares, tambores e muita cantoria. Os escravos de várias partes da África trouxeram a dança para o Brasil no século XVII, mas hoje em dia, além de ser uma expressão cultural, é um meio em que os fiéis pagam promessas a santos do catolicismo tradicional como São Bendito ou a entidades de terreiros.

As dançarinas são chamadas de “coreiras”; as batucadas e a música com o ritmo frenético ficam por conta dos tocadores e cantadores. As coreiras praticam a umbigada, que é o gesto de tocar no ventre uma da outra como sinal de saudar ou convidar para a dança. Essa prática existe tanto no Brasil quanto na África e somente no Maranhão é conhecida como Tambor de Crioula.

São tocados três tambores (meião, tambor grande e crivador) que compõem o conjunto instrumental e, geralmente, são feitos de madeira, afunilado cobertos com couro e amarrados com corda de couro. A música é construída sobre um sotaque próprio e repleto de regionalismo e palavras antigas, em que, quem é de fora, muitas vezes não compreende.

Hoje os grupos de Tambor de Crioula devem possuir um registro jurídico e, principalmente, uma sede para que funcione normalmente na casa do “mestre” do tambor. São Luís já conta com mais de 80 grupos cadastrados e no dia 21 de junho foi intitulado com o dia do Tambor de Crioula.

O primeiro registro da dança foi feito por Mário de Andrade, em uma de suas expedições pelo Brasil. Foram notadas regras como só mulheres poderiam dançar no centro da roda e somente os homens tocariam os tambores. Esse estilo de dança possui uma forte ligação com a fertilidade e feminilidade.

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