Bom Jardim

Foragida, Lidiane Leite só pode ser afastada pela Câmara a partir de domingo

Foragida, Lidiane Leite só pode ser afastada pela Câmara a partir de domingo

Gilberto Léda da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55
Lidiane Leite está foragida há cinco dias, mas ainda não perdeu o mandato
Lidiane Leite está foragida há cinco dias, mas ainda não perdeu o mandato (Lidiane Leite pode perder mandato)

O presidente da Câmara Municipal de Bom Jardim, vereador Arão da Silva (PTC), declarou ontem, em entrevista a O Estado, que o legislativo local aguarda prazo definido pela Leo Orgânica do Município (LOM) antes de convocar a vice-prefeita, Malrinete Gralhada (PP), para assumir o cargo.

O Município está sem comando desde a quinta-feira da semana passada, 20, quando a prefeita Lidiane Rocha (PRB), acusada pela Polícia Federal de participar de um esquema de corrupção desbaratado por meio da Operação Éden, foi declarada foragida.

De acordo com a LOM, a vice-prefeita só pode ser convocada para assumir o mandato depois de passados dez dias do afastamento da titular do cargo, sem autorização da Câmara Municipal.

“Vamos aguardar os dez dias que a prefeita tem o direito de se ausentar do município sem permissão da Câmara, segundo a Lei Orgânica”, declarou Arão Silva.

Na noite de ontem os vereadores de Bom Jardim concederam uma entrevista coletiva para explicar a situação.

Procurada – Lidiane Leite está foragida há cinco dias, mas ainda não perdeu o mandato. Enquanto aguardam o prazo legal para determinar a posse da vice, os parlamentares da cidade não podem tomar qualquer outra decisão.

Desde que eles cassaram a gestora duas vezes – por coação a vereadores, obstrução aos trabalhos legislativos e improbidade administrativa -, ela conseguiu na Justiça uma medida cautelar impedindo a Câmara de abrir novo processo de cassação.

Desde que assumiu o mandato, em janeiro de 2013, Lidiane Leite já fora afastada do cargo três vezes. Em abril de 2014, por 30 dias, após denúncias de improbidade administrativa. Nesse caso, voltou três dias depois, por meio de liminar judicial.

Em dezembro do mesmo ano, ficaria fora do cargo por 180 dias, mas só passou dois dias afastada. Já em maio deste ano, foi novamente afastada, voltando, mais uma vez, em apenas três dias.

MAIS

Segundo o delegado Ronildo Lages, chefe da Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais da Polícia Federal, as prisões dos acusados de participar do esquema desvendado na Operação Éden foram pedidas quando as investigações apontaram desvios em um contrato de cerca de R$ 300 mil, firmado entre a Prefeitura de Bom Jardim e agricultores locais, após uma licitação realizada no ano de 2013.

Números

R$ 300 mil foi o montante desviado só em um contrato

R$ 1 milhão foram desviados só do Pnae

R$ 15 milhões é quanto a PF acredita que podem ter sido desviados

Para PF, quem ajudar prefeita é parte de organização criminosa

Depois de solicitar, em entrevista coletiva, que a população ajudasse a Polícia Federal a encontrar a prefeita Lidiane Leite (PRB) – considerada foragida desde a quinta-feira da semana passada, 20 -, o superintendente regional do órgão no Maranhão, delegado Alexandre Saraiva, mudou o tom.

Na semana passada ele havia pedido que “cada um [dos cidadãos maranhense] se torne um agente da Polícia Federal e nos auxilie na captura dessa pessoa [Lidiane Leite]”.

Ontem, em entrevista à TV Mirante, ele fez uma espécie de ameaça a quem puder estar ajudando a prefeita a se esconder dos federais.

“Pelo tempo que ela está desaparecida, é muito provável que ela esteja recebendo o auxílio de outras pessoas. Isso pode fazer com que essas pessoas sejam incluídas na organização criminosa que se investiga", declarou.

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