Na cidade de Bom Jardim para fazer a cobertura sobre a avalanche de corrupção que foi descoberta pela Polícia Federal na operação Éden e que, até agora, culminou com a prisão de duas pessoas -, o ex-secretário de Agricultura do município, Antônio Cesarino, e o ex-secretário de Assuntos Políticos, Beto Rocha -, a equipe de O Estado sofreu ameaças de um homem que se identificou como porta-voz da secretaria de administração e finanças. Paulo Montel tentou intimidar o repórter da editoria de Política, Gilberto Leda, e o fotografo Biaman Prado. A prefeita Lidiane Leite (PRB) continua foragida e é procurada pela PF.
A equipe de O Estado se dirigiu até a secretaria para tentar ouvir o secretário de finanças, Dal Adler de Castro. Os jornalistas queriam saber do secretário se o vencimento dos servidores públicos ficaria afetado após o esfacelamento do legislativo municipal, grande temor de várias pessoas na cidade. Ao tentar falar com Adler, eles foram coagidos pelo homem que, por várias vezes, pediu para não ser filmado e não permitiu a entrevista. De forma evasiva, ele tentou desconversar e pediu a retirada dos profissionais, além de exigir também o desligamento da câmera do repórter fotográfico. Já com o aparelho desligado, Montel afirmou que iria “achar” os dois jornalistas se as imagens fossem publicadas. “Ele nos ameaçou. Falou que iria nos ‘achar’ se publicássemos as imagens”, contou Leda.
O clima de apreensão em Bom Jardim é grande e as reclamações são muitas. Alguns funcionários reclamam de mais de dois meses de atrasos nos vencimentos. Funcionário da Secretaria de Saúde, Raimundo Linhares afirmou não saber qual será seu futuro. O servidor disse que o descaso é tão grande que até o fardamento que ele usa ainda é o da administração passada. “Ainda hoje a farda é da gestão passada”, disse em entrevista a O Estado.
Caminhando pelas ruas da cidade, os jornalistas são parados a todo momento por pessoas tentando fazer reclamações.
Entenda o caso – A prefeita Lidiane Leite é investigada desde o início do ano pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Maranhão (MP), pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF) por suspeita de desvios de verbas da merenda escolar, da reforma de escolas, do Fundeb e do Pnae.
A PF estima que os desvio de verba pública na Prefeitura de Bom Jardim pode chegar a R$ 15 milhões. Segundo o superintendente da PF, Alexandre Saraiva, as investigações tiveram início após denúncias da oposição e também de agricultores que foram cadastrados para fornecer alimentos para as escolas municipais.
Segundo a PF, a Prefeitura pagava o fornecimento de alimentos - mesmo sem esses terem sido fornecidos - mas membros da gestão da prefeita Lidiane Leite é que sacavam na "boca do caixa" os valores supostamente depositados para os agricultores.
A Polícia Federal disse que somente neste esquema foram desviados cerca de R$ 1 milhão dos cofres da Prefeitura de Bom Jardim.
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