Orgulho LGBT

Parada Gay 2015, em São Luís, prega mais respeito e tolerância

Promovido ontem na Avenida Litorânea, pelo Grupo Gayvota, evento marcou o encerramento da XII Semana do Orgulho LGBT; irreverência foi o destaque

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55

Cerca de 30 mil pessoas participaram da XII Parada do Orgulho LGBT(Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) na tarde de ontem na Avenida Litorânea, de acordo com a organização do evento. O colorido e a exuberância de fantasias e acessórios usados pelos participantes tomaram conta da avenida para chamar a atenção da sociedade para bandeiras defendidas pelo movimento.

A parada começou por volta das 17h30 próximo ao Parquinho da Litorânea. A saída foi ao som do Hino Nacional e a multidão seguiu atrás de três trios elétricos, que tinham a presença de gogo boys, que foi até as imediações da Praça do Pescador. A irreverência de alguns participantes foi mais uma vez a marca do evento.

O estudante universitário Hudson Stifler foi fantasiado de Peter Pan para a parada. A escolha da fantasia foi uma forma de expressar a luta contra a imposição de gêneros, para que mais crianças não sejam discriminadas por terem trejeitos femininos ou masculinos que não seriam adequados para seu sexo. “Vim pelo apoio ao movimento, para mostrar que somos humanos e merecemos respeito”, disse.

Natasha Finsk, 42 anos, levou a filha Ana Júlia,de 4 anos, para o evento. A mãe já participa desde a primeira edição e a filha foi pela primeira vez. Elas foram com as fantasias quase iguais. “Já explico para ela essas questões e ela já está entendendo. Hoje viemos protestar não só pelos nossos direitos, mas também contra a corrupção, contra a gestão governamental do nosso país”, afirmou.

Júlio Franck Pontes Amaral, Diva The Best, e Kassandra Ferraz, acompanharam a parada em cima do trio elétrico principal. Para Júlio Amaral, a parada é um evento muito esperado pela representatividade para o movimento LGBT, mas ele é só parte da luta diária contra o preconceito. “Tivemos avanços, mas os direitos são uma luta contínua. Vou fazer 44 anos e o preconceito era muito grande na minha época de adolescente. Ainda hoje, as pessoas não respeitam as diferenças que existem”, declarou.

Kassandra Ferraz hoje é candidata a Miss Gay Maranhão. Ela ainda vê muito preconceito contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. “Ainda existe muito desrespeito. Aqui em São Luís mesmo, meu amigo beijou o namorado em um bar e o proprietário os expulsou do local. É um absurdo que não pode continuar acontecendo e ficar impune”, lembrou.

Movimento - Além dos participantes fantasiados, os discursos dos organizadores do Grupo Gayvota tiveram destaque na parada. Segundo um dos organizadores, Airton Ferreira, a parada deste ano teve uma conotação diferente das outras edições. Mais do que o caráter festivo, a intenção da coordenação foi despertar e provocar o movimento e seus apoiadores a lutar por mais direitos, pelo respeito às diferenças. Por isso, não foram priorizadas atrações nacionais, mais sim o movimento político.

“Nossa intenção foi reforçar o movimento político trazendo para a discussão não só temas específicos à comunidade LGBT, mas aqueles que afetam toda a sociedade como a bandeira contra a redução da maioridade penal, em prol de uma reforma política com a participação da sociedade, a criação de uma cultura de paz, já que os índices de violência estão altos”, explicou Airton Ferreira.

A parada encerrou a XII Semana do Orgulho LGBT que teve como tema “Estado Laico em defesa da diversidade”. O evento teve início no dia 19 e reuniu vários atores do movimento LGBT e instituições públicas para debater a construção de ações afirmativas para a população LGBT, o papel do Estado laico na defesa da democracia e o respeito às diferenças e na promoção da cidadania a esta população.

A programação contou com a discussão de alguns temas pertinentes e oficinas sobre saúde da população LGBT, educação e diversidade, roda de conversa sobre saúde além da entrega do Prêmio Gayvota de Direitos Humanos entre outras atividades.

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Para garantir a tranquilidade do evento, a organização informou que o evento contou com 120 policiais militares, 40 guardas municipais e apoio da Blitz Urbana.

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