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Especialistas orientam comida saudável desde o berço

Alimentar-se corretamente desde a infância evita obesidade e problemas decorrentes da gordura

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55
Bebê deve começar a se alimentar corretamente desde cedo
Bebê deve começar a se alimentar corretamente desde cedo (Alimentação infantil)

SÃO PAULO - De acordo com dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Saúde, uma a cada três crianças brasileiras entre 5 e 9 anos está acima do peso. Causada pela falta de atividade física e alimentação rica em gordura, açúcares e alimentos industrializados, a obesidade infantil atinge 16,6% dos meninos e 11,8% das meninas do país. Para evitar que a saúde da sua família faça parte dessa estatística preocupante, a nutricionista Nadia Almeida dá dicas de como estruturar uma alimentação saudável e equilibrada para os pequenos desde os primeiros anos de vida sem limitações extremas.

A primeira dica da profissional é ensinar as crianças por meio do exemplo. “Não adianta os pais afirmarem a importância das crianças comerem frutas, legumes e salada se eles próprios têm o costume de ingerir refrigerante e alimentos gordurosos. O filho sempre tem a tendência de manter os mesmos hábitos alimentares dos pais e para evitar a obesidade infantil é necessário que toda a família tenha suas refeições balanceadas e saudáveis”, explica a profissional do Hospital e Maternidade São Cristóvão.
Sabemos que no cotidiano moderno a maioria dos pais trabalham fora de casa, e muitas vezes para facilitar o preparo das refeições, recorrem a comidas práticas e congeladas. “Esses alimentos, embora práticos, possuem alta taxa de gordura e sódio, fazendo mal à saúde e colaborando para o quadro da obesidade quando consumidos regularmente. É importante que as refeições sejam planejadas com antecedência, facilitando a hora de fazer as compras. Seguindo uma lista de alimentos saudáveis, a chance de recorrerem a alimentos processados é menor”, diz a especialista do Hospital e Maternidade São Cristóvão.

As refeições diárias infantis devem conter alimentos de cada grupo alimentar. “É importante conter frutas, verduras e legumes que são ricos em vitaminas e minerais. Opte por proteínas, como carne bovina magra, frango e peixe. Fonte de ferro, como feijão, ervilha e lentilha; cálcio, presente no leite, queijo e iogurte e os temidos carboidratos, como arroz, batata, pão etc. também são essenciais para a saúde infantil, apenas devem ser dosados de acordo com a situação do paciente”, explica.

Carências - Não podemos esquecer que a criança está em fase de crescimento e aprendizagem, por isso não devem ser feitas restrições radicais para não ocasionar carências nutricionais e problemas em seu desenvolvimento. “O ideal nos casos em que a criança apresenta um grau de obesidade é que os pais a encaminhem ao nutricionista, pois assim o profissional elaborará uma reeducação alimentar adequada e nunca uma dieta restritiva”, explica a profissional do São Cristóvão.

Doces, balas e refrigerantes são os favoritos de grande parte das crianças e são difíceis de serem evitados, principalmente na escola e no período de férias. “Não é preciso restringir esses alimentos por completo da criança, se ela vai cinco dias para a escola pelo menos três dias a lancheira dela será saudável, os outros dois dias ela poderá escolher o que levar”, orienta. Dessa forma, a criança consegue se adequar a uma alimentação saudável sem deixar de consumir esses alimentos com os seus coleguinhas de escola. “Lembrando que alimentos com alto teor de açúcar e gorduras devem ser consumidos com moderação. Até nos casos em que a criança é saudável, nos dias em que o lanche for livre, indique a quantidade adequada, para ela não extrapolar”, ensina a profissional.

Que tipo de comida devo andar ao meu filho

1- Carboidratos – Os carboidratos são os responsáveis por dar energia ao organismo e precisam ser oferecidos à criança em todas as refeições, e às vezes no lanche. Alguns exemplos: macarrão, arroz, batata, mandioca, cereais matinais e todos os alimentos feitos com farinha, como pães, bolos e bolachas.

2. Frutas, verduras e legumes - Pode ser que demore um pouco para a criança se acostumar às verduras. Tente oferecê-las em todas as refeições para que seu filho perceba que elas fazem parte do cotidiano alimentar da família. As frutas já são bem mais aceitas: ofereça-as também em pedacinhos para que seu filho coma sozinho. Elas são ótimos ingredientes para sobremesas e para bolos caseiros.

3- Alimentos ricos em ferro e proteína – São eles: carne, frango, peixe, ovos e leguminosas (como feijão, grão-de-bico, ervilha e lentilha). Devem ser oferecidos em uma ou duas refeições por dia. Prefira cortes com menos gordura. O fígado é uma das maiores fontes de ferro. Famílias vegetarianas devem reforçar o consumo de grãos, ovos e castanhas, consumindo-os em duas ou três refeições por dia, para obter a quantidade necessária de ferro. Se há alguém alérgico na sua família, é aconselhável esperar até a criança ter 2 ou 3 anos para dar castanhas (amêndoas, nozes, amendoim etc.). O ferro é mais bem absorvido quando consumido junto com a vitamina C. Por isso, um bifinho de fígado com suco de laranja é uma grande pedida.

4 -Leite, queijo e iogurte – Ofereça leite e derivados ao seu filho mais ou menos três vezes ao dia. Os derivados de leite garantem o cálcio necessário para o crescimento dos ossos, mas têm pouquíssimo ferro. Entre 1 e 3 anos, as crianças precisam de menos leite do que antes do primeiro aniversário. O total do dia pode ser de cerca de 350 ml. Por isso, não dê mamadeiras cheias. Faça um esforço para dar menos quantidade -- a transição para o copo facilita. O problema de tomar muito leite é que não vai sobrar muito apetite para os outros alimentos, principalmente os ricos em ferro. Se você estiver amamentando, continue.

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