Interdição

Moradores do João de Deus fazem protesto por água nas torneiras

Há três meses sem o produto, eles têm de comprar galões de água para abastecer suas casas e reclamam por continuar recebendo contas da Caema

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55

[e-s001]Um grupo de moradores da Avenida Tales Neto, no João de Deus, e ruas vizinhas interditaram a principal via do bairro em protesto contra a falta de água. Os moradores contam que não há água nas torneiras há três meses, mas as contas continuam sendo enviadas pela Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema). Para se manter, eles estão comprando água semanalmente.

O protesto começou às 5h. Os moradores interditaram um trecho da Avenida Tales Neto com pedaços de madeira e ferro para barrar o fluxo de veículos. Depois, seguiram para o cruzamento com a Rua Três Corações para impedir também o trânsito de coletivos. Eles prometiam liberar a via somente quando um representante da Caema fosse ao local para resolver o problema.

Por volta das 9h, a assessoria da companhia esteve no local para colher as reclamações do grupo. Um representante da gerência da Cidade Operária foi chamado para averiguar o problema e providenciar uma solução emergencial. Mesmo assim, o protesto foi mantido.

Revolta - Segundo a dona de casa Maria de Jesus Marques Damasceno, os problemas no abastecimento começaram há dois anos, quando foram instaladas chaves de manobra na Avenida Tales Neto. A partir daí, o abastecimento passou a ser feito em dias alternados. Há três meses, a água não está chegando a algumas residências em nenhum dia da semana. Revoltada com a situação, a dona de casa fez questão de participar do protesto. "Há 33 anos moro aqui e há três meses não tenho água. Não posso nem chamar o pedreiro para fazer reforma na minha casa porque não tem água", disse.

Para os moradores, a revolta maior é com as contas que continuam chegando às suas casas. A dona de casa Maria das Graças Sousa é uma das pessoas que deixaram de pagá-las e promete quitar os débitos somente quando tiver água nas torneiras. "Estou devendo mesmo. Toda semana, estou comprando água. Só tenho minha aposentadoria para pagar toda semana R$ 30,00 por 500 litro de água para banhar e lavar e mais R$ 8,00 para beber e cozinhar", afirmou.

[e-s001]O Lar Educacional, uma creche comunitária do bairro, também está enfrentando dificuldades para garantir água para as crianças. De acordo com a gestora, Maria Petrolina Cantanhede Sousa, estão sendo gastos mais de R$ 100,00 por semana. São 175 crianças de 2 a 5 anos matriculadas. Estamos devendo cerca de R$ 1 mil para a Caema porque não temos condições para pagar, já que estamos comprando água", contou.

Já o encarregado de obras José Raimundo Vieira Morais está pagando as contas que estão sendo enviadas mesmo sem usufruir do abastecimento. "Estou pagando para não sujarem o meu nome na praça. A de agosto veio no valor de R$ 286,00 e não cai um pingo de água da torneira. O que acontece é que a gente tem que ficar vigiando de madrugada a mangueira que o vizinho liga na outra rua para poder dar água para nós", lembrou.

O protesto foi encerrado por volta das 10h30, mas os moradores permaneceram acompanhando os representantes da Caema.

Em nota, a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) informou que representantes da Gerência da Cidade Operária estiveram reunidos com os manifestantes, na Avenida Talles Neto, no João de Deus, na manhã de ontem, e foram definidas ações emergenciais para melhorar o abastecimento de água nas áreas críticas. De imediato, foi desfeita uma manobra existente na rede de água na Avenida Tales Neto. Será aumentado, ainda, o tempo de abastecimento pelo Reservatório R-07. Está prevista, a médio prazo, a perfuração de dois poços para reforçar o abastecimento na área. Em relação a qualquer reclamação sobre valor de conta, solicitamos que os clientes se dirijam ao setor comercial da Gerência da Cidade Operária.

SAIBA MAIS
Conforme a Caema
, os problemas de abastecimento na área do João de Deus podem ter se acentuado por conta de três paradas do Sistema Italuís nos últimos 30 dias. A última ocorreu na noite de terça-feira, 18, por causa do rompimento de uma adutora no Outeiro da Cruz. Com a entrada em operação da nova adutora do Italuís no trecho do Campo de Perizes, no mês de outubro, esses rompimentos deixarão de ocorrer, evitando transtornos do abastecimento de água.

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