Crise no Brasil

Lula se reúne com Dilma para debater sobre a crise no país

Ex-presidente se encontrou a sós com Dilma Rousseff durante um café da manhã para conversar sobre estratégias para tirar o PT da crise política e o Brasil, da econômica

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55
(Dilma e Lula)

Brasília - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na manhã de ontem com a presidente da República, Dilma Rousseff, em Brasília. O encontro foi em um café da manhã e, por solicitação do ex-presidente, o encontro foi somente entre os dois sem testemunhas. Na pauta da reunião entre os petistas estava a definição das próximas iniciativas do PT e do governo para superar a crise.

Desde a semana passada, Lula tem dito a aliados que preferia encontrar Dilma a sós, para uma conversa "sem testemunhas", o que dificultaria o vazamento de versões sobre o diálogo dos dois.

Para combater a baixíssima popularidade do governo - apenas 8% aprovam a gestão de Dilma, segundo a última pesquisa Datafolha divulgada este mês - o ex-presidente pediu que a petista mantenha a agenda de viagens pelo país, principalmente para as regiões do Nordeste e Norte , reduto histórico de votos do PT, onde Dilma tem perdido apoio.
Nos últimos dias, a presidente fez um périplo de inaugurações e eventos com movimentos sociais passando por Roraima, Maranhão e Bahia.
O ex-presidente, que também vai viajar pelo Brasil para recuperar a sua imagem e a do PT, abaladas com as investigações da Operação Lava Jato, esteve duas vezes em Brasília esta semana, onde participou da abertura da Marcha das Margaridas e de um evento sobre educação promovido pelo PT.
Na avaliação de Lula, a presidente Dilma precisa se aproximar mais dos movimentos sociais e intensificar o diálogo com o Congresso para evitar o agravamento da crise. Ele reconhece que o afastamento do PT de suas bases foi um dos grandes erros dos governos petistas, acentuado agora, na gestão da sucessora.
Lula foi um dos principais entusiastas da aproximação entre o Planalto e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Esta semana, o peemedebista apresentou um pacote de reformas para retomar o crescimento econômico que foi celebrado por Dilma como "a agenda positiva para o Brasil".

A relação entre o ex-presidente e Dilma estava abalada nos últimos meses. Os dois tinham abandonado inclusive o hábito de conversar por telefone a cada 10 ou 15 dias depois que ex-presidente Lula criticou publicamente a gestão da sucessora, chamando-a de "governo de mudos".

Reaproximação com o Planalto gera crise

A semana política em Brasília foi marcada pelo afastamento entre os presidentes da Câmara e do Senado. O senador Renan Calheiros e o deputado Eduardo Cunha, que no início do ano davam mostras de sintonia, trocaram críticas nos últimos dias.

Cunha fez restrições às propostas de Renan para a retomada da economia, a chamada "Agenda Brasil", e uma aproximação do senador com a presidente Dilma Rousseff. O deputado chegou a classificar as propostas de "jogo de espuma". Dilma, por sua vez, disse ter "grande interesse" pelo pacote.
Nos primeiros meses do ano, tanto Cunha quanto Renan impuseram dificuldades ao governo no Congresso. Em alguns casos, colocaram em votação temas que iam contra os interesses do Planalto. Renan chegou a devolver para a presidente Dilma Rousseff uma medida provisória. Neste início de segundo semestre, a situação começou a mudar.

Enquanto Cunha é associado às chamadas "pautas-bomba", que geram impactos nas contas do governo, Renan dá sinais de mudança de atitude. A reaproximação dele com o Palácio do Planalto.

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