Mudanças

Dino promove 1ª reforma administrativa e reforça ainda mais braço direito

Márcio Jerry, titular da Secretaria de Articulação Política e Assuntos Federativos, ganha mais força no governo; já Marcelo Tavares ficará no comando da verba do BNDES

Gilberto Léda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h56
Márcio Jerry vem ganhando cada vez mais espaço na administração do amigo, governador Flávio Dino
Márcio Jerry vem ganhando cada vez mais espaço na administração do amigo, governador Flávio Dino (Márcio Jerry)

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), voltou a reforçar seu braço direito na gestão estadual, o titular da Secretaria de Assuntos Políticos e Federativos (Seap), Márcio Jerry (PCdoB), na primeira reforma administrativa promovida na atual gestão.

Por meio da Medida Provisória nº 208, de 23 de julho, o comunista criou a Secretaria de Estado Extraordinária de Articulação de Políticas Públicas e reinstituiu a Secretaria de Estado Extraordinária de Programas Especiais - a pasta existia na gestão passada, mas havia sido extinta no atual governo.

Auxiliar mais forte do governador, Jerry viu seu poder aumentar por meio da companheira, Joslene Rodrigues. Nomeada chefe de gabinete de Flávio Dino, ela - que já tinha status de secretária - ganhou autonomia administrativa e orçamentária por meio da MP.

Segundo o ato governamental, a Chefia de Gabinete passa a compor a estrutura do Poder Executivo, sendo vinculada à Governadoria, "com autonomia administrativa, orçamentária e financeira".

Poder - O aumento do poder de Márcio Jerry na estrutura do governo Flávio Dino tem sido constante desde o início do mandato.

Na Seap, ele já conseguiu dois créditos suplementares - um de R$ 2 milhões, outro de R$ 1,2 milhão -, o que fez o orçamento anual da pasta saltar de R$ 775 mil para quase R$ 4 milhões.

Além disso, a estrutura administrativa da secretaria do homem forte de Flávio Dino aumentou consideravelmente, o que justifica o reforço de caixa. Com mais pessoal, a Seap precisa, também, de mais recursos para pagar os salários.

Em fevereiro, por exemplo, foram 131 cargos remanejados da Casa Civil para a de Jerry. E em pelo menos outras três oportunidades, a pasta comandada por Marcelo Tavares (PSB) já perdeu cargos que, somados a esses, já são mais de 200. No início do mês de julho, foram mais cinco remanejados da Casa Civil para a Seap.

Questionado sobre o assunto, Tavares tem negado esvaziamento ou crise com o chefe do Executivo. Segundo ele, todas as mudanças têm sido combinadas. "Não tem crise, não tem esvaziamento, nem enfraquecimento. É tudo combinado", declarou.

Segundo o texto de MP 208, a recém-criada pasta de Políticas Públicas tem poder para realizar reuniões diretamente com secretários de Estado ou seus assessores, além de requisitar documentos e informações das demais secretarias.

Tavares vai coordenar empréstimo

A Medida Provisória nº 208, que instituiu a primeira reforma administrativa no governo Flávio Dino (PCdoB), estabeleceu uma espécie de "prêmio de consolação" para o secretário-chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares (PSB).

Esvaziado após a perda de cargos e de orçamento para a pasta de Márcio Jerry (PCdoB), o socialista tem como missão, a partir da edição da MP, coordenar os investimentos do empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Estado do Maranhão.

Para isso, o Núcleo Estadual de Gestão do Programa de Financiamento BNDES/Estado do Maranhão - até então comandado pela Secretaria de Estado de Planejamento e Orçamento (Seplan) - terá que se reportar a Tavares antes da definição de novos investimentos.

Do total do empréstimo, o Governo do Estado ainda tem R$ 1 bilhão em caixa para aplicação em novas obras e ações. O restante já foi gasto ou está comprometido com investimentos já realizados.

Números

R$ 775 mil
era o orçamento inicial da Seap
R$ 2 milhões
foram acrescidos ao orçamento da pasta em abril
R$ 1,2 milhão
foi acrescido nesta semana
200
cargos a menos tem a Casa Civil atualmente

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