Violência

Instituições discutem combate à exploração sexual infantil, em SL

Segundo dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, divulgados em seminário realizado ontem na capital, o Maranhão está entre os 10 estados brasileiros que mais têm denunciado esse tipo de violência

Atualizada em 11/10/2022 às 12h56

Levantamento da Secretaria Nacional de Direitos Humanos aponta que o Maranhão está atualmente na lista dos 10 estados brasileiros com os maiores índices de denúncias relativas à exploração sexual infantil. Ainda de acordo com o Governo Federal, somente no primeiro trimestre deste ano, foram 40 ligações oriundas do território maranhense - recebidas por instituições ligadas à Presidência – que informaram sobre delitos sexuais cujas vítimas foram as crianças.

O Governo Federal informou também que, durante o ano passado, foram registradas 225 ligações denunciando a exploração sexual infantil no estado. Estes e outros dados foram divulgados durante o seminário intitulado "O turismo protegendo os direitos de crianças e adolescentes", realizado durante a tarde de ontem no auditório da sede da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de São Luís.

Precisamos reforçar as políticas públicas, em conjunto com as entidades de turismo da região e setor hoteleiro, para diminuir esses números negativosAdelino Neto, coordenador-geral de Proteção à Infância do Ministério do Turismo

O evento, organizado pelo Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, Padre Marcos Passerini (em parceria com a Secretaria Municipal de Turismo), contou com a presença de representantes do poder público, além de membros da sociedade civil e de entidades ligadas à proteção dos jovens. Durante discurso, o coordenador-geral de Proteção à Infância do Ministério do Turismo, Adelino Neto, destacou o papel das autoridades locais para a busca por soluções que diminuam os índices de casos de exploração sexual infantil no estado.

Ações - Ainda segundo ele, nos últimos 12 meses, o Governo Federal reforçou – nas capitais com maior quantidade de turistas – as ações relativas ao controle da exploração sexual. “Na Copa do Mundo no ano passado, por exemplo, havia um perfil de turista, caracterizado por homens, em sua maioria, solteiros. Ano que vem, teremos as Olimpíadas que, apesar de uma sede fixa, como acontecerão competições em outros estados, exigirá do Governo uma atenção especial para evitar novas ocorrências deste crime no país”, disse.

A coordenadora do Centro de Defesa Padre Marcos Passerini, Maria Ribeiro da Conceição, enfatizou o papel da organização – a qual está ligada – no combate a este crime (tipificado no Código Penal Brasileiro). “ Diariamente, prestamos assistência jurídico-pedagógica a crianças e adolescentes cujos períodos iniciais da vida foram destruídos, em virtude da exploração sexual. É preciso atuar em várias frentes, seja com a ajuda do poder público ou mesmo de instituições privadas, no sentido de promover medidas para inibir os exploradores”, afirmou.

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Ainda segundo levantamento do Ministério do Turismo, geralmente o perfil do explorador sexual infantil é de homens desacompanhados, entre 20 e 40 anos de idade e integrantes da classe média econômica. Entre as denúncias, a maioria dos exploradores (com origem internacional) é oriunda da Itália, Portugal, Holanda e Estados Unidos.

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