Atração

Maracatu cearense

Espetáculo "Catu Macã: Guerra Bonita", da Companhia Vidança, entra em cartaz amanhã e quinta-feira, às 20h, no Teatro Arthur Azevedo; a entrada é gratuita

Atualizada em 11/10/2022 às 12h56
Companhia Vidança (CE) apresenta releitura do maracatu; montagem é premiada e apontada como uma das melhores da dança contemporânea atual
Companhia Vidança (CE) apresenta releitura do maracatu; montagem é premiada e apontada como uma das melhores da dança contemporânea atual (Vidança)

Pela segunda vez em São Luís, o espetáculo "Catu Macã: Guerra Bonita", da companhia cearense Vidança, será apresentado amanhã e quinta-feira, às 20h, no Teatro Arthur Azevedo (Centro). A montagem, que reúne dança e teatralidade, apresenta o universo do maracatu cearense, além da realeza do cortejo popular e as emoções sentidas ao vivenciá-lo.

Com direção musical, coreografia, pesquisa de linguagem e figurino de Anália Timbó, “Catu Macã: Guerra Bonita” traz no elenco os bailarinos Ana Carolina dos Santos, Andressa dos Santos, Aline Kelly Felisberto, Bárbara Araújo, Cláudio Costa, Elisilene Mesquita, Emanuel Guimarães, Fernando Souza, Gabriel Moreira, Gilclesio Sales, Iranilson Dantas, Jorge Lucas, Kauane Oliveira, Marcelo Carneiro, Rafael Araújo, Samira Moreira, Socorro Timbó e Suziane Gomes.

Em cartaz pelos teatros brasileiros desde 1999, “Catu Macã: Guerra Bonita” foi premiado pelo Itaú Cultural, em 2012, e listado como um dos melhores espetáculos de dança contemporânea em atividade no Brasil. Segundo Anália Timbó, o espetáculo tem por finalidade fazer uma releitura do maracatu cearense, que se difere do pernambucano no desacelerado batuque das percussões, além das pinturas corporais. “Fui buscar referências para este espetáculo a partir das minhas lembranças de infância, da admiração pelo ritmo, dança pausada e dos brincantes de maracatu que sempre estavam com os rostos pintados de preto”, disse Anália Timbó.


Origem - Segundo pesquisadores de música e antropologia, a origem do maracatu vem dos cortejos de reis do Congo, manifestação cultural que os negros trazidos para o Brasil durante o período da escravidão encontraram para marcar sua identidade e não perder o contato com sua ancestralidade
Com elementos extraídos da capoeira e incorporando os tradicionais mamulengos, o espetáculo faz um cortejo festivo dentro de uma linguagem contemporânea. É daí que surge a expressão Catu Macã, que significa guerra ou briga bonita.

Para Anália Timbó, o eixo norteador do trabalho visa conferir dignidade e realeza ao cortejo popular e às emoções sentidas ao vivê-lo; daí partindo para outras veredas. “A ideia de conferir realeza, dignidade ao povo negro, que também representam outros contingentes de populações pobres e vulneráveis, guia a concepção estética do espetáculo”, comentou.

“Catu Macã” é fruto das aulas da escola de dança da Cia. Vidança, que são realizadas desde 1979, no bairro Vila Velha, na Barra do Ceará, com crianças, adolescentes e filhos de operários. Todo o figurino é feito pelos próprios bailarinos com materiais recicláveis. A coreografia, montada por Anália Timbó, representa os festejos de danças de origem africana - como a Capoeira, o Maculelê, o Guerreiro, entre outros, e sua ambivalência – pois destacam a tensão entre a beleza e a concentração da dor, da briga bonita, do bom combate, ao mesmo tempo em que transbordam em festa, força de vida e beleza.

MAIS

Fruto de um projeto nascido há 34 anos, a Companhia Vidança é referência no Ceará e conta com cinco projetos que incluem dança, leitura, música, costura e carpintaria, que envolvem mais de 200 alunos, atendendo crianças, jovens e adultos da periferia de Fortaleza. Há atividades complementares de leitura, além de alimentação para os estudantes.

SERVIÇO

O quê

Espetáculo "Catu Macã: Guerra Bonita"


Quando
Amanhã e quinta-feira, às 20h

Onde
Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol, Centro)

Ingressos
Entrada gratuita - com retirada dos bilhetes a partir das 19h

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