Desorganização

Infraestrutura precária prejudica o trânsito na Avenida Kennedy

Falta de abrigos nos pontos de ônibus e de recuos para que os ônibus parem para embarque e desembarque de passageiros são alguns dos problemas da via, onde o acúmulo de lixo no canteiro e os obstáculos de ferro nas calçadas causam reclamação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h56
(Kennedy)

Uma das principais vias de São Luís, a Avenida Kennedy é hoje o retrato do descaso do poder público. Toda a infraestrutura relativa ao trânsito apresenta problemas que prejudicam o fluxo de veículos e também de pedestres e usuários do sistema de transporte público. Apesar da importância da via para o trânsito da capital maranhense, a avenida não tem recebido a devida atenção da Prefeitura.

Aqui já é engarrafado direto. Ainda para um ônibus para subir e descer passageiro. É mais chato porque não é só uma vez. Eles param nas esquinas e atrapalham quem fica atrás” Luís Pinheiro, representante comercial
A abertura da Avenida Kennedy remete à década de 60, quando José Sarney foi governador do Maranhão. Hoje, cinco décadas depois, a via se encontra em estado de caos. Basta um olhar mais atento, que geralmente não se tem na correria do dia a dia, para perceber os vários problemas que são enfrentados por quem passa pelo local.
Quem mais é prejudicado na avenida atualmente é o usuário do sistema de transporte público. São várias paradas de ônibus ao longo da via, mas apenas uma tem abrigo. Nos demais locais, as pessoas aguardam os coletivos embaixo de toldos dos estabelecimentos comerciais da região. Para se proteger do sol forte, vale até a sombra projetada pelos postes de iluminação pública.

Para quem tem que passar por essa situação, como Andréa Alves, sobram cobrança e reclamação para a Prefeitura de São Luís. “Só tem uma parada com abrigo na avenida todinha. A gente tem que procurar abrigo das lojas para esperar. Nesses dias, parou de chover. Mas quando chove é pior para nós, porque molha tudo e não tem outro jeito. Não tem para onde correr”, afirmou.

Trânsito – Como os pontos de ônibus são improvisados pelos próprios usuários, a avenida não tem espaço de recuo próprio para o embarque e desembarque de passageiros. Os ônibus até poderiam parar nas margens da avenida, mas o espaço serve de estacionamento para o comércio local. O resultado é que os motoristas têm que parar os coletivos no meio da pista, mesmo atrapalhando todo o fluxo de veículos.

Por causa disso, escolher passar pela via não é tão vantajoso apesar de oferecer rápido acesso aos bairros João Paulo, Alemanha e Monte Castelo e muitos outros ao longo da sua extensão. Mesmo que os ônibus demorem menos de cinco minutos parados, a espera para seguir caminho é longa para os motoristas que ficam atrás dos coletivos. “Aqui já é engarrafado direto. Ainda para um ônibus para subir e descer passageiro. É mais chato porque não é só uma vez. Eles param em várias esquinas e atrapalham quem fica atrás”, disse o representante comercial Luís Pinheiro.

Lixo – Outro problema que já faz parte do cotidiano na Avenida Kennedy é o descarte de lixo em vários pontos do canteiro central, que divide as pistas. Moradores de ruas próximas deixam sacos e caixas de lixo doméstico no canteiro para que as equipes de limpeza urbana recolham durante a noite.
O problema é que, além do lixo doméstico, também são descartados restos de material de construção no canteiro. Esses resíduos não são recolhidos pelo caminhão compactador, mas pelas caçambas. Enquanto esses veículos não vão até o local, o lixo fica acumulado.

Esclarecimentos - A Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) esclarece que a coleta de resíduos domiciliares na Avenida Kennedy é diária, sendo a sua ocorrência regular de duas vezes ao dia, e que também realiza com regularidade a remoção de lixo descartado irregularmente ao longo da extensão da via.
A Semosp ressalta que o descarte irregular de lixo está sujeito às penalidades fixadas pela Lei de Crimes Ambientais, e que realiza com frequência ações para conscientização dos moradores e comerciantes da região a fim evitar a ocorrência de lixo na via.

A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informa que já dispõe do levantamento dos principais pontos onde devem ser implantados novos abrigos na cidade. Para tanto, já está em fase final a licitação de 1.000 novos abrigos com novo formato, que disponibiliza maior proteção aos usuários (conforme modelo já instalados em alguns pontos da capital). A Avenida Kennedy está inserida no cronograma de instalação desses abrigos.

Já em relação aos recuos das paradas de ônibus, a SMTT informa que, devido à geometria estreita da via e do restrito espaço do passeio público, não existe viabilidade técnica para a construção do recuo na Avenida Kennedy. Portanto, enfatiza que nas áreas destinadas ao embarque e desembarque de passageiros é proibido estacionar, para que os ônibus possam recuar da avenida evitando a obstrução do local.

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