Infraestrutura

Duplicação da BR-135 terá novo aditivo e custará o dobro do orçamento inicial

DNIT informa que foi aprovado acréscimo no custo da obra, já orçada em R$ 394 milhões; consórcio afirma que serviços não pararam e serão concluídos este ano

Daniel Matos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h57
(BR)

Atendendo a pedido do consórcio Serveng/Aterpa, contratado para executar a duplicação do trecho da BR-135 entre Estiva e Bacabeira, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) autorizou mais um aditivo financeiro para possibilitar a continuidade da obra e sua conclusão até o fim deste ano, conforme previsto pelo órgão. Com o acréscimo nas cifras, o serviço, iniciado em setembro de 2012, custará, provavelmente, o dobro do orçamento previsto na licitação.


A duplicação dos 26,3 quilômetros da BR-135 entre a localidade Estiva, na zona rural de São Luís, e o município de Bacabeira, distante 53,6 quilômetros da capital, foi orçada, a princípio, em R$ 213 milhões. Os recursos são oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e executado a toque de caixa na gestão da sua sucessora, Dilma Rousseff.


O valor foi atualizado para R$ 237 milhões e depois para R$ 394 milhões. Com o aditivo, que segundo o próprio órgão será lavrado em um prazo máximo de 20 dias, o preço final deverá chegar ao dobro do primeiro orçamento. “Alguns serviços dependem da aprovação desse aditivo”, justifica a direção do órgão por meio de nota, na qual garantiu ser esse o último aditivo. Mas o valor do novo acréscimo não foi informado pelo DNIT, alegando que o processo tramita em Brasília. A nota informou ainda que semana passada foram empenhados R$ 19 milhões para a obra.


O DNIT explica que o último aditivo contemplará a modificação dos viadutos no entroncamento da BR-135 com a BR-402 e o reforço do pavimento do acostamento da pista velha nos 18 quilômetros do Campo de Perizes.


Necessidade - O aumento do custo da duplicação da BR-135 decorre, de acordo com o DNIT, das condições do terreno onde está sendo executada a obra. Por não ser consistente, o solo requer serviços de engenharia extras, como a aplicação de colunas de brita - uma solução de engenharia de ponta, utilizada pela primeira vez no Brasil em um trecho de grande extensão. São justamente essas intervenções que encarecem a obra e a tornam mais lenta. Os dois últimos períodos chuvosos também comprometeram o andamento dos trabalhos, segundo o órgão viário.


Em nota encaminhada a O Estado, o consórcio Serveng/Aterpa disse que não comenta detalhes dos seus contratos. Sobre a informação de que parte da estrutura do canteiro de obras teria sido desmobilizada, com retirada de várias máquinas e dispensa de operários, ocasionando a paralisação dos serviços, o consórcio assegurou que “a duplicação da BR-135, em Bacabeira, não está paralisada. A obra segue em execução, de acordo com o cronograma planejado para o momento”.


A duplicação abrange todo o Campo de Perizes, o trecho mais perigoso da BR, onde já foram registrados acidentes, com número expressivo de mortes e feridos graves. A intervenção visa justamente tornar o trecho mais seguro, além de pôr fim aos congestionamentos que se formam em momentos de fluxo intenso de tráfego, como ao término de feriados.

MAIS

Obra: duplicação da BR-135 no trecho entre Estiva e Bacabeira, totalizando 26,3 quilômetros

Responsabilidade: DNIT

Contratado: Consórcio Serveng/Aterpa

Valor: inicialmente, R$ 213 milhões; depois; R$ 237 milhões; em seguida, R$ 394 milhões. Com o novo aditivo, o preço final deverá ser o dobro do valor inicial

Importância: o trecho duplicado é o único acesso por terra a São Luís

Serviços executados na duplicação: implantação de vias laterais, execução e recuperação das obras de arte especiais, além da restauração com melhorias para a segurança da rodovia. Também serão construídas duas pontes e um viaduto, além da recuperação de outro viaduto.

Desafio: transposição de 18 quilômetros de solo mole no Campo de Perizes. Para isso, a empresa usará como solução a execução de coluna de brita.

Mão-de-obra: cerca de 700 colaboradores estão envolvidos na obra

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