LANÇAMENTO

Diário de Renato Russo

Livro Só por hoje e para sempre, lançado pela Companhia das Letras, traz declarações inéditas do líder da Legião Urbana

Atualizada em 11/10/2022 às 12h57
Renato Russo morreu em outubro de 1996
Renato Russo morreu em outubro de 1996 (Renato Russo)

SÃO PAULO- “Perdi vinte em vinte e nove amizades/ por conta de uma pedra em minhas mãos”, rezam os versos iniciais do álbum “O descobrimento do Brasil”, lançado pela Legião Urbana em novembro de 1993. Menos de seis meses antes, em abril do mesmo ano, Renato Russo dava entrada na clínica de reabilitação Vila Serena, no Rio de Janeiro, não só para se desvencilhar do álcool e das drogas, como também para mergulhar numa reflexão profunda sobre sua vida.

Os vinte e nove dias que o músico passou ali internado o marcariam profundamente, tanto em sua trajetória pessoal quanto em sua produção artística, conforme revelam as várias letras subsequentes que, a exemplo de “Vinte e nove”, se referem a essa experiência radical de reclusão.

“Passei vinte e nove meses num navio/ e vinte e nove dias na prisão”, segue a canção, “e aos vinte e nove, com o retorno de Saturno,/ decidi começar a viver.” Perfeccionista e exigente em todas as etapas de seu processo criativo, da composição à execução diante do público, o homem que estava à frente da Legião Urbana - uma das bandas de maior sucesso na história da música brasileira - encarou com a mesma obstinação o Programa dos Doze Passos oferecido pela clínica, seguindo à risca os exercícios terapêuticos de escrita propostos.

É esse material inédito que vem à tona depois de mais de 20 anos em “Só por hoje e para sempre”, atendendo ao desejo do autor de ter sua obra publicada postumamente. Entremeando as memórias de Renato com passagens de autoanálise e um olhar esperançoso para o futuro, esse relato oferece a seus fãs, além de valioso documento histórico, um contato íntimo com o artista e um exemplo decisivo de superação.

O livro é lançado pela Companhia das Letras e é o primeiro dos cinco volumes que serão publicados nos próximos anos. A obra é o diário escrito pelo cantor durante o período de internação. O texto é um relato do Renato sobre sua luta contra a dependência, tentando entender como chegou a ela e repensando sua vida a partir dessa perspectiva. “(…) Juntos não precisaremos ter medo. Você é a minha luz, eu sou sua consciência (…) Vamos ser felizes de novo”, escreve Renato, numa “carta” escrita para ele mesmo. A obra fala ainda da relação com os outros integrantes da banda Legião Urbana.

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