Observatório

Acordo sobre ambiente e clima frustra expectativa de ambição, diz organização

A organização destaca que as metas anunciadas pela presidente Dilma não coloca o país sequer perto da ambição real

Agência Brasil

Atualizada em 11/10/2022 às 12h57

O Observatório do Clima, rede de organizações não governamentais que reúne 37 entidades da sociedade civil, diz, em nota, que a posição do governo brasileiro no compromisso anunciado hoje (30), em acordo bilateral com os Estados Unidos sobre clima e desmatamento, frustrou a expectativa da apresentação de metas ambiciosas. “Nós acreditamos que o Brasil deve estabelecer um limite máximo de 1 gigatonelada de CO2 [gás carbônico] equivalente em 2030”.

A organização destaca que as metas anunciadas pela presidente Dilma não coloca o país sequer perto da ambição real. “As metas anunciadas para energia – atingir 28% a 33% de renováveis na matriz em 2030, excluindo hidrelétricas – tampouco têm o nível de ambição necessário”, acrescentou.

Dilma Rousseff e Barack Obama afirmam, no comunicado, que reconhecem a necessidade de acelerar o emprego de energia renovável para ajudar a mover as economias dos países. Os presidentes ainda expressaram o compromisso de trabalhar para superar potenciais obstáculos a um acordo na Conferência de Paris sobre Mudança do Clima, no final deste ano, na França.

O Observatório do Clima saúda o compromisso assumido pelos presidentes do Brasil e dos Estados Unidos em trabalhar juntos para um acordo na Conferência do Clima de Paris (COP 21), mas, considera que a “demonstração de liderança por dois dos sete maiores emissores mundiais de gases do efeito estufa chega atrasada”.

No acordo anunciado, o Brasil se comprometeu a acabar com o desmatamento ilegal de florestas. O documento informa ainda que o país pretende restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030.

O Observatório do Clima ressalta ainda que todos os outros países tropicais já se comprometeram a zerar o desmatamento até 2030 e que a meta de restaurar 12 milhões de hectares em florestas é um bom começo, diz a organização, “especialmente para um país cuja maior cidade sofre falta d’água em parte causada pelo desmatamento. No entanto, o passivo a restaurar é duas vezes maior do que isso”.

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