O incontestável

Depois de se tornar governador, Dino mostra a cada dia que se julga um ser incontestável. Não aceita ser confrontado e nem que os números de seu governo sejam considerados falhos ou longe da realidade.

Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h57

O governador Flávio Dino (PCdoB) demonstra a cada dia que o caminho que trilha como gestor público vai notadamente de encontro ao discurso dito e repetido tantas vezes nas edições do Diálogos pelo Maranhão, movimento pré-eleitoral cuja temática era a busca de informações sobre a situação do estado em vários municípios.

Depois de se tornar governador, Dino mostra a cada dia que não é o mesmo daqueles “diálogos”. Agora se acha incontestável. Não aceita ser confrontado e nem que os números de seu governo sejam considerados falhos ou longe da realidade.

Quem ousa fazer isso é logo bombardeado com acusações e represálias, tentando insinuar haver sempre conotações políticas em seus questionamentos ou críticas.

A mais recente demonstração de que se agrava a síndrome de Deus do governador ocorreu em reunião com representantes da Pastoral Carcerária do Maranhão. Dino decidiu começar a reunião mostrando dados e números que apontam que tudo é melhor no sistema prisional do Maranhão depois de 1º de janeiro deste ano.

No entanto, diante de tantos dados fictícios, o representante da Pastoral, padre Roberto Perez, contestou a fala do governador e ousou dizer que, na realidade, a situação nos presídios do Maranhão piorou desde janeiro de 2015.

Ora, quem é este representante da Pastoral Carcerária - que vive diariamente nas penitenciarias do estado e trabalha diretamente com os detentos - para ousar contestar o todo-poderoso governador do Maranhão?

O resultado era previsível: acusações, insultos e destratos que – nos habituais posts numa rede social - passaram até pela acusação de recebimento de “mensalinhos”.

Assim é o governador do Maranhão: se julga acima de qualquer crítica e com autoridade quase divinal de castigar infiéis. No caso de Dino, os infiéis são todos aqueles que discordam de seus pontos de vistas e todas as melhorias (sejam elas imaginárias ou não) apresentadas pelo seu governo.

Retomando

A ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) aos poucos vai retomando a rotina de agendas públicas em São Luís.

Apontada pelos próprios aliados como melhor nome do PMDB para a disputa pela Prefeitura de São Luís, ela tem negado interesse.

E só admite "pensar no assunto" caso seja necessário um "sacrifício" pelo partido.

Retomando II

Mesmo assim, demonstra entusiasmo ao retomar atividades como pessoa pública e política que é.

Na semana passada, atendeu a convite de amigos e participou do batizado do grupo Coco Pirinã, no Anjo da Guarda. Foi muito bem recebida pela comunidade.

Nos últimos dias, foi convidada de honra de um almoço promovido por alguns de seus ex-secretários, que lhe renderam homenagens e reconhecimento.

Quase fora

Está desgastada a relação entre o deputado federal Weverton Rocha e a secretária de Estado da Educação, Áurea Prazeres, ambos do PDT.

A titular da Seduc foi indicação do parlamentar para o governador Flávio Dino (PCdoB).

Mas entrou em rota de colisão com a mãe de Weverton Rocha, o que o fez pedir sua exoneração ao governador comunista.

Sem consideração

No entanto, se Flávio Dino mantiver postura igual a que usou em relação a Ester Marques, o pedido do pedetista não deve ser levado em consideração.

Lembrando que Marques foi indicação da deputada Eliziane Gama, mas devido a divergências, a parlamentar pediu a exoneração da professora. O pedido não foi aceito.

O mais provável é que Weverton Rocha também não terá o pedido atendido já que o governador quer manter a equipe como forma de demonstrar equilíbrio em suas escolhas.

Cobranças

Nas pautas da Câmara Municipal de São Luís os pedidos mais comuns dos vereadores são por recuperação de ruas em bairros da capital.

Os parlamentares querem aproveitar a liberação de verbas tanto de convênios da Prefeitura com a União quanto com o Estado para resolver demandas em suas bases.

Entretanto, as notícias que chegam aos vereadores não são as melhores: o prefeito Edivaldo Júnior já disse que obras somente as que estão previstas.

Emendas

O primeiro semestre de atividades na Câmara Municipal já está chegando ao fim assim como a paciência dos vereadores para a liberação de emendas parlamentares.

Já com atrasos, a maioria dos vereadores reclama da falta de previsão para que a verba seja liberada.

Se o prefeito ficar adiando de novo essa liberação, ele poderá começar a sofrer derrotas na Casa, que, por enquanto, trabalha favorecendo o gestor municipal.

Preteridos

Os deputados governistas preteridos pelo governador Flávio Dino na liberação de emendas comemoram as denúncias feitas pela oposição.

Eles, que evitaram declarar que ficaram de fora da lista do governo, dizem que já foram procurados para que “as coisas” se acertem.

No entanto, admitem também que a partir de agora o melhor é evitar o discurso independente para não passar novamente pela situação.

Burocrático

O Portal da Transparência do Governo Estadual - tão elogiado pelos governistas – não se mostra tão transparente quanto deveria.

Quando se trata de transferências para municípios ou de emendas parlamentares, o sistema pede dados como CPF ou CNPJ de favorecidos.

Quando os secretários de Flávio Dino são questionados, eles apenas dizem que é para buscar informações junto a Lei de Acessos a Informação com a Seplan. Mais burocrático impossível.

De onde vieram?

E o governo estadual continua apresentado números que vão de encontro com a realidade em São Luís.

Sem explicar de onde saíram, a gestão de Flávio Dino agora vem com índices que apontam redução de assaltos a ônibus.

O problema é que os dados oficiais não correspondem ao que ocorre no dia a dia do cidadão, que reclama porque sofre com a insegurança no transporte coletivo.

Perseguição

Prefeitos do Maranhão já avisaram o presidente da Famem, Gil Cutrim, que a pauta de reivindicação a ser apresentada ao governador deve ser recheada de indignação.

Os gestores reclamam da falta de diálogo e da demora na liberação de recursos de convênios assinados até ano passado.

Os prefeitos dizem que sentem cheiro de perseguição política e pedem empenho de Cutrim para resolver o problema.

E Mais

O senador Roberto Rocha (PSB) deixa a cada dia mais claro que não há relações mais próximas com o governador Flávio Dino.

O próximo a se distanciar do governador será Weverton Rocha, cujos interesses estão feridos devido à insurreição de sua indicada para a pasta de Educação.

O que passam para o pedetista é que Áurea Prazeres, na verdade, rende dedicação exclusivamente agora a Márcio Jerry, homem forte de Dino.

Além desses dois aliados, Dino também já tem em sua lista de “afastados” o deputado Zé Reinaldo Tavares e a deputada Eliziane Gama.

Chega a 44,4% o aumento no número de assaltos a bancos com uso de explosivos no interior do estado. O comparativo é com o primeiro semestre do ano passado.

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