Prevenidos

Maranhenses investem na coleta de células-tronco umbilicais

São Luís vem ganhando mais adeptos do armazenamento privado; de janeiro a maio de 2015, 50 coletas foram feitas na capital maranhense, mais que todo o ano passado; material pode ser usado no tratamento de diversas doenças graves

Atualizada em 11/10/2022 às 12h57
Células-tronco do sangue do cordão umbilical são consideradas células adultas; elas são colhidas após o nascimento e armazenadas
Células-tronco do sangue do cordão umbilical são consideradas células adultas; elas são colhidas após o nascimento e armazenadas (celulas-tronco umbilicais h)

Ana Clara Murad Sarney não teve dúvida ao optar pela coleta do sangue do cordão umbilical de seus filhos Bruno, de 3 anos, e Ana Clara, de 2 meses, e sente-se segura de poder ter uma alternativa de cura no caso de doenças que possam acometê-los no futuro. Trazida pelos avanços da ciência, essa é mais uma decisão que os pais precisam tomar próximo ao momento do parto. Neste campo, São Luís vem ganhando mais adeptos do armazenamento privado. Segundo dados da Cryopraxis, maior banco de sangue de cordão umbilical privado do Brasil, de janeiro a maio de 2015, 50 coletas foram feitas na capital maranhense. Este resultado já atingiu o número total de coletas realizado durante todo ano de 2014.

“A gente sempre escutava amigos ou conhecidos comentando sobre essa possibilidade e via nas notícias dos jornais os estudos relativos às células-tronco e a possibilidade de utilização no tratamento de diversas doenças”, afirma Ana Clara, que não espera que os filhos precisem do material, mas prefere manter o armazenamento caso haja necessidade futura.

As células-tronco do cordão umbilical podem ser utilizadas nas mesmas aplicações das células-tronco da medula óssea e utilizadas como forma de tratamento de diversas doenças graves, como, por exemplo, doenças do sangue. Atualmente, inúmeras pesquisas clínicas com o uso destas células vêm sendo desenvolvidas no mundo, ampliando possibilidades de tratamento para doenças que ainda não possuem um tratamento convencional estabelecido, como é o caso de algumas doenças cardíacas, neurodegenerativas, autoimunes, dentre outras.

Quarta etapa - Segundo o ginecologista e obstetra Alberto D´Auria, os números expressivos de coleta de células-tronco em São Luís mostram que pacientes e médicos da região estão na vanguarda do seu tempo. Para ele, a medicina está entrando em uma quarta era, a regenerativa.

“Tudo começou com a medicina curativa, evoluiu para a preventiva, chegou ao momento da preditiva (análises prévias mostram a predisposição do indivíduo para determinadas doenças) e agora estamos entrando na fase regenerativa”, explica.

O médico explicou que já existem resultados científicos muito promissores em relação à regeneração de diferentes tecidos, como, por exemplo, o músculo cardíaco prejudicados por infartos. “O uso das células-tronco é amplo”, disse o médico.

especialista, porém, recorda que, quando os primeiros pais aderiram ao armazenamento de células-tronco, a situação era incerta. “Esse campo sempre foi muito promissor, mas em 2001, quando iniciamos o serviço, a pesquisa estava no início. Mas felizmente a situação evoluiu mais rápido que o esperado”, explica.

SAIBA MAIS

Vantagens de utilizar as células-tronco do cordão umbilical

- Ausência de risco para o doador, uma vez que o método de coleta não é invasivo;
- Disponibilidade imediata das células para transplante;
- Células muito jovens. Quanto mais jovens são as células, maior sua capacidade de proliferação e diferenciação;
- Células ainda imaturas, incapazes de reconhecer o novo organismo como "estranho" a elas e, portanto, produzem menor reação quando usadas para transplantes;
- Menor risco de transmitir infecção.

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