Medo continua

Moradores reclamam que a polícia "esqueceu" a Vila Colier e pedem proteção

Enquanto a polícia intensifica ações no Coroadinho, na área de Pedrinhas os bandidos continuam aterrorizando a região; três pessoas morreram na região

Atualizada em 11/10/2022 às 12h57
Vila Colier, que fica na área de Perdinhas, é cercada por matagais
Vila Colier, que fica na área de Perdinhas, é cercada por matagais (Vila Colier tensão )

Enquanto a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão intensifica as ações na Vila Natal (bairro do Coroadinho), na Vila Colier (área de Pedrinhas) o clima de insegurança continua. Nestas duas comunidades, mais 150 famílias foram expulsas por causa da guerra entre facções criminosas. Moradores da Vila Colier afirmam que as ações da polícia não estão sendo suficientes para coibir a violência.

Diferentemente do Coroadinho, a Vila Colier é cercada por matagais, o que facilita a fuga dos bandidos. Em menos de uma semana, ocorreram três mortes na região. No dia 13, a vítima foi Airton Lima Viana Cavalcante, de 28 anos; dia 14, Guilherme Pereira Oliveira, de 18 anos, morto a tiros nas proximidades de sua casa; no dia seguinte, o soldador Danilo Dias Pereira, de 27 anos, levou mais sete tiros.

Moradores da vila afiram que, mesmo após algumas incursões da polícia na comunidade, eles continuam sob a ameaça de criminosos. Uma pessoa, que não quis se identificar, afirmou que nesta sexta-feira pela manhã as paradas de ônibus estavam vazias. “O clima ainda é de medo, sim. Hoje [sexta-feira] pela manhã, quando saí para trabalhar, as paradas de ônibus estavam vazias. E, as poucas pessoas que estavam lá, pareciam assustadas. Ninguém tem coragem de ficar em um ponto de ônibus sozinho. Não vimos polícia por aqui nesta manhã. A polícia tem feito rondas, mas quando eles vão embora os bandidos voltam a atacar”, relatou.

Outra fonte ouvida pela equipe de O Estado revelou ainda que o traficante que tem comandado o terror na região de Pedrinhas seria um homem chamado Melk. “O Melk é o líder da facção criminosa que manda aqui nesta área. Um primo dele, chamado Guilherme, morreu nesta semana e isso aumentou ainda mais a onda de violência aqui no bairro. Ele continua com seu bando aterrorizando todos aqui. E as pessoas continuas saindo. Ontem [quinta-feira] mesmo eu levei na rodoviária duas famílias que estavam indo para a cidade de Parauapebas [no Pará]. Eu a minha família não vamos embora por que não temos para onde ir”.

A operação “Coroadinho em Paz”, realizada em conjunto pelos 1º, 6º, 8º e 9º batalhões da PM, além do Comando de Polícia Especializado, prendeu duas pessoas desde domingo, quando foi iniciada, segundo a assessoria de comunicação da Polícia Militar. Quatro suspeitos morreram e seis revolveres foram apreendidos.

Sobre a Vila Colier, a assessoria de comunicação da polícia não soube informar se houve alguma operação na comunidade nesta sexta-feira.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.