O medo continua

Imprensa vive clima de tensão em “zona de guerra” entre facções criminosas

Repórteres e fotógrafos relataram momentos de medo nos bairros Vila Colier e Coroadinho, onde mais de 100 famílias foram expulsas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h57
Policiais durante operação realizada na Vila Colier na manhã desta quinta-feira
Policiais durante operação realizada na Vila Colier na manhã desta quinta-feira (Vila Colier tensão )

O clima de medo continua nas vilas Colier, área de Pedrinhas, e Natal, no bairro Coroadinho, após a expulsão de mais de 100 famílias por ordem de facções criminosas. E um novo problema começa a se desenhar na “zona de guerra”. A exposição da imprensa, que segue indo aos bairros diariamente para fazer a cobertura jornalística. Por dois dias seguidos, a equipe de O Estado viveu momentos de tensão ao tentar retratar a situação caótica nestas comunidades. Um repórter da Rádio Mirante AM também sentiu o clima pesado.

No primeiro dia de cobertura na Vila Colier, na quarta-feira(17), a repórter de O Estado, Gisele Carvalho, foi intimidada por um homem portando um facão e uma faca. “Ele usou as armas para nos intimidar mesmo. Ele viu que éramos da imprensa e ficou nos cercando. Resolvemos sair do local assim que a polícia se afastou”, relatou a jornalista.

No mesmo dia, o repórter da Rádio Mirante AM, João Ricardo, também foi alvo do medo que tomou conta destes bairros. Ao tentar ouvir moradores na Vila Natal, ele foi aconselhado pelos próprios policiais a se retirar do local. O jornalista foi informado que poderia ser alvo dos criminosos caso permanecesse fazendo sua apuração. Intimidado, João Ricardo e a sua equipe se retiraram.

Nesta quinta-feira pela manhã, o repórter fotográfico de O Estado, Biné Morais, foi outro que presenciou a falta de segurança na Vila Colier. Acompanhado de sua parceira de reportagem, Gisele Carvalho, ele tentava entrar na comunidade quando quatro homens saíram de um matagal, sendo que um deles estava com uma pistola nas mãos. “Eles saíram do mato e passaram ao lado do carro da nossa reportagem com o intuito de intimidar mesmo. Quando vimos que um deles, que aparentava ser menor de idade, estava com uma pistola enrolada em uma camisa, resolvemos ir embora. A situação nestas localidades é complicada”, disse Biné Morais.

O delegado do 12º Distrito Policial, Newton Martins, informou que os moradores da área da Vila Colier estão abandonando suas casas com receio de serem mortos pelos integrantes de facções criminosas. Em menos de uma semana, ocorreram três mortes na localidade. Na região do Coroadinho, somente nesta semana, foram registrados cinco assassinatos e vários moradores foram agredidos fisicamente por bandidos.

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