Violência

Depois de tragédia, frequentadores somem das praias de Panaquatira

Maioria das casas de veraneio da região fica vazia no fim de semana depois de crime que acabou em morte de policial; proprietários de bares na orla reclamam

Atualizada em 11/10/2022 às 12h57
Proprietários de bares na orla de Panaquatira reclamam de queda nas vendas
Proprietários de bares na orla de Panaquatira reclamam de queda nas vendas (Panaquatira)

Um grupo de amigos que se reúne para uma festa em uma casa à beira da praia e um final trágico: cinco mortes. O ocorrido em Panaquatira trouxe impactos que dificilmente serão superados pelas famílias envolvidas e provocou uma redução no número de visitantes nas praias do bairro no município de São José de Ribamar.

No dia 23 de maio, homens fortemente armados invadiram uma residência situada na Praia de Ponta Verde, em Panaquatira, e assassinaram o policial militar Max Müller Rodrigues Carvalho, que tentou enfrentar o grupo. Durante o confronto, além do PM foram mortos o promotor de eventos Alexsandro Vieira e a estudante Ananda Brasil Meireles. Um dos assaltantes, Valbenilson Santos Lobato, foi baleado pelo policial no confronto. O outro assaltante, Jozinaldo Aires da Costa, o Nal Panaquatira, também morreu.

Com uma tragédia dessas proporções, o comércio tem registrado uma queda considerável no movimento de banhistas e visitantes na região. De acordo com os comerciantes da região, a questão da falta de segurança já vinha assustando frequentadores das praias. Mas o assalto do dia 23 de maio teve um grande impacto no comércio.

Queda - Segundo Iron Dias Nocera, dono de um restaurante na Praia de Panaquatira, o movimento caiu cerca de 60%. Ele trabalha há 15 anos no local em seu restaurante vendendo peixe fresco, móveis rústicos e com poços artesianos. Estava acostumado a receber muitas pessoas de São Luís e turistas de outras cidades. “Nunca tinha acontecido algo assim tão violento”, avaliou.

O vendedor de coco gelado, Cleilson dos Santos Reis, também notou a diminuição. “Depois que teve todas aquelas mortes, pouca gente está vindo para cá. Eu vendia 150 a 200 cocos e agora só 80. Não estou nem comprando muito para não ficar no prejuízo. Pior que não tem nada a fazer, só esperar as pessoas esquecerem um pouco e voltar”, afirmou.

Na manhã de ontem, poucas pessoas estavam nas praias da região. Alguns adultos nos bares enquanto crianças se divertiam na areia e à beira do mar. Para os poucos que estavam na praia de Panaquatira, como o funcionário público Luís Cláudio Gomes, ainda havia certo temor pelo que poderia acontecer, mas também uma vontade de aproveitar a paisagem. “A gente veio cedo e vai embora cedo. Talvez ainda dê para aproveitar a praia assim”, disse.

Na Praia de Ponta Verde, onde ocorreu a chacina, o movimento era ainda menor que em Panaquatira. Poucas casas de portas abertas com famílias ou grupos de amigos aproveitando o domingo de sol, alheios à insegurança no local na manhã de ontem. Se não fosse a presença desses poucos visitantes e alguns pescadores, a praia estaria deserta.

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