Milhares de fiéis participaram na tarde de ontem da celebração de Corpus Christi, promovida pela Arquidiocese de São Luís, com missa campal no Aterro do Bancanga, seguida de procissão luminosa até a Praça Maria Aragão durante a noite em um grande gesto de devoção às tradições católicas. Celebrada pelo arcebispo de São Luís, dom José Belisário da Silva, a missa solene chamou atenção para as mazelas da atualidade, sobretudo, a violência.

A celebração foi iniciada às 14h, quando os féis começaram a chegar ao local. Às 14h30, foi rezado o Terço da Misericórdia e, em seguida, diversas bandas fizeram a animação do público. Às 17h, dom Belisário, acompanhado do novo bispo auxiliar de São Luís, dom Esmeraldo Barreto, iniciou a missa. Mais de 50 paróquias de toda a arquidiocese da capital maranhense participaram da celebração eucarística, reunindo pessoas de diversos bairros da capital, que a todo o momento chegavam para participar do ato católico.

“Uma das nossas maiores preocupações é a violência, que tem vitimado pessoas diariamente de diversas formas. São homicídios, a violência doméstica, de gênero, o racismo e outros tipos”Dom José Belisário da Silva, arcebispo de São Luís

Celebração - A missa solene foi aberta com a subida ao altar de padres que estavam representando diversas paróquias da cidade e que co-celebraram a missa com dom Belisário. O arcebispo de São Luís explicou que a celebração de Corpus Christi é uma manifestação pública da presença real e substancial de Jesus na eucaristia. “Essa celebração é a afirmação de que nós cremos na presença real de Jesus na eucaristia e nas nossas vidas”, disse.

O público acompanhou toda a missa e, com fervor e devoção, entoou cânticos e louvores com mensagens relacionadas à paz, ao amor e à fraternidade no mundo. De acordo com o arcebispo, a celebração de Corpus Christi é um momento de alegria e renovação da fé em Jesus Cristo. “A Eucaristia é um ponto central na vida da Igreja. Essa celebração é composta por três aspectos: o sacrifício, que nos faz lembrar o que aconteceu com Cristo no calvário; a ceia, que está relacionada à refeição; e a memória, que é a volta ao passado”, explicou dom Belisário.

Temas - Durante a celebração, o arcebispo chamou a atenção também para temas da atualidade. “Hoje, temos nos preocupado com a forma como as pessoas têm levado sua vida e as condições que lhe são oferecidas no dia a dia. Uma das nossas maiores preocupações é a violência, que tem vitimado pessoas diariamente de diversas formas. São homicídios, a violência doméstica, de gênero, o racismo e outros tipos”, disse aos presentes, entre eles, o governador do estado, Flávio Dino.

Após a celebração eucarística, foi realizada uma procissão luminosa que saiu do Aterro do Bacanga, passando pelas avenidas Senador Vitorino Freire, Guaxenduba, José Sarney, chegando à Praça Maria Aragão. Os fiéis seguiram com velas acesas nas mãos, iluminando o percurso. Ainda como parte das tradições da festa de Corpus Christi, foi confeccionado, na Avenida Beira-Mar, um grande tapete feito com serragem de madeira, pó de café, corantes, cal e areia.

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