Transportado em uma viatura da Polícia Militar (PM). Foi assim que o professor Luís Augusto Corrêa da Silva foi retirado de sua sala no Centro Integrado Rio Anil (Cintra), escola da rede pública estadual, após 22 anos de serviços prestados. Na manhã de ontem, ele recebeu de uma equipe policial o documento informando da sua exoneração pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc). De acordo com o professor, a exoneração ocorreu por causa de divergências com a atual direção da escola.

Em janeiro deste ano, Luís Augusto assumiu a direção pedagógica do Cintra, mas entrou em choque com a diretoria geral, financeira, de recursos humanos e administrativa da instituição de ensino. Segundo ele, por causa de diversos problemas de gestão. “A atual direção adotou diversas práticas das quais eu discordo, entre elas, com relação a transparência da aplicação dos recursos financeiros e a forma arbitrária com que remaneja os funcionários da escola. Por causa disso, tivemos muitas divergências”, afirmou.

E ontem, ao chegar na escola foi surpreendido com a presença de uma equipe policial à sua espera, de acordo com ele, por determinação da diretora geral Terezinha de Jesus Silva Bogea, e do diretor administrativo, Valmir Ferreira Abreu. “Os policiais me impediram de entrar em minha sala. Eles a ocuparam para que eu não pudesse entrar. Me levaram da escola em uma viatura para uma delegacia por causa da minha insistência em tentar desempenhar minhas atividades diárias. Fui conduzido na companhia de um aluno membro do grêmio estudantil da escola”, informou Luís Augusto.

Exoneração - O professor informou que não sabia que havia sido aberto um processo de exoneração do seu cargo, cujas atribuições eram o planejamento, assessoria, a elaboração interna, do regimento da Fundação Nice Lobão (FNL), estatuto do grêmio estudantil e a formação do colegiado escolar. “Tanto não sabia que enviei um documento para a Secretaria de Educação solicitando minha permanência na função de direção pedagógica”, disse. Além de não ter sido informado que havia sido um processo de exoneração para afastá-lo do cargo, Luís Augusto também não sabia que não poderia desempenhar suas funções já a partir de ontem.

No documento, enviado dia 22 deste mês, Luís Augusto afirmou que considerando o fato de ser funcionário da Fundação Nice Lobão, cargo exercido no Cintra, na defesa do patrimônio, na moralidade da administração pública, impessoalidade, na transparência, revolvia ficar no cargo de diretor pedagógico. “Fiz esse pedido considerando a extinção da assessoria de planejamento e da divisão de orientação ao educando e apoio comunitário”, explicou.

Agora, o ex-diretor pedagógico do Cintra aguarda um posicionamento da Seduc com relação ao desempenho das suas funções, pois, embora tenha sido exonerado do cargo, ele ainda é funcionário concursado da Fundação Nice Lobão, desde novembro de 1993.

A atual direção adotou diversas práticas das quais eu discordo, entre elas, com relação a transparência da aplicação dos recursos financeirosLuís Augusto Corrêa da Silva, professor exonerado

Nota da Seduc

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) esclarece que o professor Luís Augusto Corrêa da Silva foi exonerado do cargo de Diretor Pedagógico do Centro Integrado Rio Anil (Cintra) após atos cometidos em desacordo aos procedimentos de gestão administrativa da escola e comportamentos arbitrários diante das normas escolares, mesmo após o ato de exoneração, publicado no Diário Oficial do dia 19 de maio.

Com relação ao episódio mencionado, a gestora da escola, Terezinha de Jesus Silva Bogea, após sofrer agressões verbais, chamou a polícia por medida de segurança e comunicou o fato à Secretaria que, imediatamente, encaminhou equipe técnica para averiguar o caso e tomar as medidas cabíveis.

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