Empreendedorismo

MA teve 9,7 mil empresas abertas até a primeira quinzena de maio

Ritmo de abertura de novos empreendimentos no estado já é o maior registrado em seis anos, aponta o Sebrae; decisão do maranhense de abrir negócio próprio ocorre principalmente para enfrentar o cenário econômico adverso

Sebrae/Érika Rosa

Atualizada em 11/10/2022 às 12h58
Luzete da Silva com produtos da empresa Coquilho do Brasil
Luzete da Silva com produtos da empresa Coquilho do Brasil (Luzete da Silva com produtos da empresa Coquilho do Brasil)

Diz o provérbio chinês que oportunidade e crise andam de mãos dadas. E os empresários maranhenses já perceberam isso. A prova é que o número de empresas cresceu este ano. Até a primeira quinzena de maio, foram abertos 9.775 novos empreendimentos no estado, um crescimento de 4,39% nos primeiros 136 dias do ano.

Para se ter uma ideia do ritmo de abertura de novas empresas, de 11 a 16 de maio, foram abertas 262 empresas de todos os portes no estado e agora, em média, 72 empresas são abertas no estado por dia, a maior parte é de microempreendedores individuais, micro e pequenas empresas.

De acordo com estudos do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Maranhão (Sebrae), neste ritmo, o número de empresas em todos os portes crescerá 11,77%, o que mostra estabilidade em relação à taxa de crescimento registrada nos últimos cinco anos. Esta projeção mostra que deverão ser abertas mais de 26,2 mil empresas este ano, o que é um número superior ao volume médio registrado nos últimos seis anos, período em que surgiam cerca de 22,3 mil empresas por ano.

MPEs - A maior parte destes novos empreendimentos – cerca de 9 mil - são micro e pequenas empresas (MPEs) e de empreendedores individuais (MEI), que, aproveitando a identificação de novos nichos de mercado, resolveram empreender.

“Este movimento tem acontecido no Brasil inteiro. E com o Maranhão não está sendo diferente. Sabemos que este processo está sendo puxado pela formalização de profissionais que eram autônomos e estavam na informalidade, por meio do registro como microempreendedor individual. Hoje, eles já são mais de 69 mil e no final de 2014 eram pouco mais de 63 mil”, comentou o diretor superintendente do Sebrae no Maranhão, João Martins.

Outro aspecto interessante foi revelado pela pesquisa GEM 2013, que mostra mudanças no perfil do empreendedor na Região Nordeste. De acordo com o levantamento, 62% dos empreendedores nordestinos optaram por abrir seu primeiro negócio ao identificar uma oportunidade.

Coquilho - Este cenário vem se repetindo no Maranhão e já há empreendedores locais oferecendo produtos e serviços únicos no mercado brasileiro, como é o caso da Coquilho do Brasil. No mercado há cinco anos, a empresa nasceu como uma recicladora de cascas de coco e hoje fabrica produtos comestíveis e insumos para jardinagem feitos a partir do coco da baía seco.

Para Anderson Diego da Silva, proprietário da empresa, esta é uma forma de agregar valor aos resíduos da cultura do coco, além de contribuir para a geração de renda da comunidade local. “Tudo surgiu com a pergunta: o que é possível fazer com os resíduos do coco? A partir daí, resolvemos trabalhar com uma matéria-prima considerada lixo, mas riquíssima. Com o beneficiamento da casca do coco, há geração de renda e emprego aliada ao cuidado com o meio ambiente. É um lucro limpo”, afirmou Silva.

Desde o ano passado, a empresa vem trabalhando para mudar o seu mix de produtos, passando a trabalhar também com outros produtos de coco. Hoje fabrica uma linha de produtos comestíveis de coco.

Diferencial - Segundo Luzete da Silva, responsável pela produção, a empresa fabrica óleo de coco, coco seco in natura em conserva e doce de leite com coco, feito a partir de coco da baía ou coco d’água. “O coco seco in natura em conserva é uma produto único. Não há outro similar no mercado brasileiro e colocamos este produto no mercado local desde janeiro. Outros produtos feitos com o processamento de coco seco também estão em desenvolvimento hoje. Estamos em vários níveis, como desenvolvimento de embalagens, estratégia de marketing e quase tudo está sendo feito com apoio do Sebrae”, explicou.

A empresa conseguiu colocar seus produtos em diversas redes de supermercado. “O óleo de coco já é considerado um sucesso porque, quando colocamos este produto no mercado, vendíamos 10 a 20 caixas e agora vendemos mais de 50 caixas mensais que são vendidos em supermercados em São Luís e Imperatriz. Agora precisamos ampliar o nosso parque industrial para atender à demanda crescente”, informou.

Energia - Assim como a Coquilho do Brasil mudou seus mix de produtos, outros empreendedores estão se preparando para abrir as portas e estão trabalhando com apoio do Sebrae no Maranhão para começar a operar em condições de competir. Este é o caso do empreendedor Veneraldo Costa, que está trabalhando para entrar no mercado de energia alternativa e adubos orgânicos.

Com uma pequena planta industrial instalada na Vila Maranhão está trabalhando com consultores do Sebrae para oferecer um mix de produtos adequados ao mercado local. Ele deixou de ser professor para investir no negócio que está em desenvolvimento.

“A ideia nasceu quando fazia mestrado na UFMA em Química Analítica voltada pra o meio Ambiente. Desde 2014, estou trabalhando para desenvolver os produtos porque creio que energia alternativa e adubos tem mercado e o processo que está sendo desenvolvido tem demonstrado uma boa produtividade. A questão energética também abriu mercado para o que os produtos que estão em desenvolvimento”, explicou Costa.

Momento é de ajuste dos mercados

Para o Sebrae no Maranhão, o momento é de ajuste dos mercados, com menor crédito disponível e maior nível de endividamento das famílias brasileiras, o que leva as empresas a precisarem fazer adequações em seus custos e investir mais em inovação, tecnologia e em processos de gestão mais ajustados ao segmento.

“Há oportunidades surgindo, especialmente para empresas especializadas em manutenção de automóveis, de prédios e equipamentos, para quem trabalha com alimentação e em especial para entregas em domicílio, apenas para citar alguns negócios. Agora é preciso se preparar, fazer um bom plano de negócios, estudar o mercado, entender o que está acontecendo antes de se decidir por abrir um empreendimento. Estudar e conhecer o mercado é fundamental e nisso o Sebrae no Maranhão pode ajudar os potenciais empreendedores a identificar sua aptidão e as melhores oportunidades”, disse o diretor superintendente da instituição.

Hoje, o Sebrae no Maranhão tem 72 projetos em andamento e atende cerca de 30 mil empresas anualmente, com consultorias em diversos segmentos, treinamento e pesquisas para dar suporte ao desenvolvimento das micro e pequenas empresas e micro empreendedores individuais no estado.

Para isso mantém um quadro com 170 funcionários e 350 consultores credenciados no Maranhão em 12 unidades regionais, 38 salas do empreendedor, três núcleos de atendimento empresarial, seis postos de atendimento em parceria com prefeituras.

Mercado empresarial Maranhense em 2015 (até 16 de maio)

Número total de empresas de

qualquer porte ativas no MA 232.622

Número total de MPE (incluindo

MEI’s) ativos no MA 220.128

Número total de MEIs

ativos no MA 69.377

Arrecadação do Simples Nacional no MA R$ 798.372.625,58

Faturamento do Simples Nacional no MA R$ 9.103.450.690,82

Empresas de todos os portes abertas em 2015 9.775

MPEs e MEIs abertas em 2015 9.021

Média de abertura de empresas no Maranhão 72 por dia

Donos de empresas no Maranhão 903 mil

Número de empregados formais no Maranhão 721,5 mil

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