Risco aviário

Sete colisões de aves e aviões ocorreram este ano em São Luís

Proximidade do Aterro da Ribeira faz aumentar presença de aves no local; Ano passado, foram 32 ocorrências registradas, entre colisões e quase colisões

Atualizada em 11/10/2022 às 12h58

Sete colisões envolvendo aves e aviões foram registradas este ano, no Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado, em São Luís. No ano passado, foram 32 ocorrências registradas, entre colisões, quase colisões e avistamentos. Os dados são do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Uma das principais causas dessas ocorrências envolvendo aves e aviões, na capital maranhense, é a proximidade entre o aeroporto e o Aterro da Ribeira. O local situa-se a aproximadamente 6 km do aeroporto e, por causa da quantidade de urubus que são atraídos pelo lixão, é grande o risco de colisões entre as aves e os aviões, no momento de decolagem, aterrissagem ou até em pleno voo.

A Prefeitura de São Luís descumpriu todos os prazos estabelecidos para se adequar à Política Nacional de Resíduos Sólidos, que, entre outros pontos, regula a forma como os municípios devem dar fim a seu lixo. O prazo legal para que isso ocorresse era agosto de 2014, mas, por causa de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado com o Ministério Público (MP), o Município de São Luís teve até fevereiro deste ano para fechar o Aterro da Ribeira, o que não aconteceu até hoje. Agora, está nas mãos da Justiça, que julga Ação Civil Pública (ACP) ajuizada pelo MP, decidir a situação.

Dados do Cenipa mostram que, este ano, nove ocorrências envolvendo aves foram registradas no aeroporto de São Luís. Desse total, sete foram colisões com aeronaves e duas apenas avistamento. No ano passado, houve 32 ocorrências no aeroporto da capital, sendo 21 delas colisões entre aves e aeronaves, 10 avistamentos e uma quase colisão.

Ações - Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), desde 2001 é desenvolvido o programa Fauna nos Aeroportos, que estabeleceu uma série de diretrizes para o monitoramento e manejo de fauna nos aeroportos da rede. Essas atividades fazem parte do escopo permanente da administração aeroportuária, sendo definidas de acordo com o contexto de cada aeroporto.

Entre as medidas possíveis dentro desse planejamento, estão a elaboração e cumprimento de planos de ação para estabelecimento de rotinas e procedimentos que impeçam ou reduzam os efeitos atrativos de fauna; acompanhamento mensal de incidentes e colisões ocorridas nos aeroportos; campanhas para sensibilização dos usuários e trabalhadores dos aeroportos sobre questões de presença de fauna e perigo aviário; estabelecimento de convênios com universidades e contratos com empresas - por meio de licitação - para elaborar e implantar planos de manejo de fauna; parcerias com entidades da União, estados e municípios, ONGs e institutos de ensino e pesquisa, entre outras.

O objetivo dessas ações é garantir a segurança operacional dos procedimentos de pouso e decolagem, de forma a causar o mínimo impacto possível no contexto ambiental em que se encontram os aeroportos da rede Infraero. Além disso, a administração da Infraero em seus aeroportos mantém contato regular com as prefeituras das cidades onde se encontram os terminais, para discutir medidas que garantam a segurança operacional e as boas condições do entorno do aeroporto. Entre as ações que fazem parte do escopo de ação da prefeitura estão o planejamento para afastar áreas de concentração de lixo, como aterros sanitários, do entorno do aeroporto e a própria manutenção sanitária da área. Outros exemplos de ações são as parcerias para campanhas de conscientização das comunidades vizinhas aos aeródromos.

NÚMEROS DE OCORRÊNCIAS
9 ocorrências
envolvendo aves e aviões foram registradas, este ano, no aeroporto de São Luís
7colisões propriamente ditas
21 colisões entre aves e aviões no aeroporto de São Luís foram registradas no ano passado

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