Paz

Papa Francisco pede pela paz e a reconciliação no Oriente Médio

Pedido foi feito na cerimônia de canonização das beatas palestinas Mariam Bawardi e Maria Alfonsina, as primeiras santas palestinas modernas; cerimônia envia sinal de apoio a comunidades cristãs no Oriente Médio

Atualizada em 11/10/2022 às 12h58
O papa Francisco abençoa fiéis durante cerimônia de canonização
O papa Francisco abençoa fiéis durante cerimônia de canonização (Papa Francisco)

VATICANO - O papa Francisco canonizou ontem no Vaticano as duas primeiras santas palestinas da época moderna. A cerimônia serviu como mensagem de esperança para o Oriente Médio.

"Inspirando-se no exemplo de misericórdia, da caridade e da reconciliação (do Senhor), que os cristãos olhem com esperança em direção ao futuro, seguindo o caminho da solidariedade e da convivência fraterna", afirmou o pontífice.

Ele pronunciou a reza na Praça de São Pedro do Vaticano e não da janela do Palácio Apostólico, como costuma fazer aos domingos, porque foram levadas ao altar as primeiras santas palestinas da época moderna.

As canonizadas foram a irmã carmelita Santa Maria de Jesus Crucificado, cujo nome original era Mariam Bawardi (1846-1878), e Santa Maria Alfonsina (1843-1927), Maria Alfonsina Ghattas, que ajudou a fundar a Congregação das Irmãs do Rosário de Jerusalém.

Canonização - Essas duas palestinas fizeram parte do grupo de quatro beatas que a partir de ontem se tornaram santas. As outras duas eram Jeanne Emilie de Villeneuve, da França, e Maria Cristina Brando da Imaculada Conceição, da Itália.

A cerimônia começou às 10h locais (5h em Brasília) na praça vaticana, onde se reuniram mais de 2 mil pessoas que saíram de Palestina, Jordânia e Israel.

O ato também contou com a presença do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e do patriarca latino de Jerusalém, Fouad Twal, além de muitos fiéis de outros lugares do mundo.

No início da manhã, centenas de pessoas começaram a chegar à Praça de São Pedro para ficar o mais perto possível do altar de onde o papa celebrou a cerimônia.

As bandeiras palestinas tremularam ininterruptamente e encheram de cor a praça junto com o amarelo e o branco, cores da bandeira do Vaticano.

Quase 24 minutos depois do início do ato, os nomes das quatro santas foram pronunciados. As religiosas, já canonizadas, foram elogiadas pelo papa Francisco.

O pontífice comentou sobre Mariam Bawardi, da qual disse que "a docilidade ao Espírito Santo a fez instrumento de encontro e comunhão com o mundo muçulmano". Em relação a Maria Alfonsina, afirmou que foi "exemplo de quão importante nos responsabilizamos pelos outros, viver ao serviço uns dos outros", enquanto destacou de De Villeneuve e Brando o amor e a entrega a Deus.

A cerimônia de ontem foi um ato que serviu como mensagem de esperança e amor para o Oriente Médio e também uma tentativa de ajudar a estimular a paz entre Israel e Palestina.

Com esta cerimônia, a Igreja Católica enviou um sinal de apoio também às comunidades cristãs no Oriente Médio, que viram muitos parentes, amigos ou conhecidos cristãos emigrarem nos últimos tempos para outras regiões do mundo.

Mais

A canonização marcou o fim da visita de três dias de Abbas à Itália, onde se reuniu com o primeiro-ministro, Matteo Renzi; com o presidente, Sergio Mattarella; e com o papa Francisco.

Abbas se reuniu com o pontífice no sábado (16) no Vaticano, onde compartilharam o interesse de chegar à paz com Israel e também conversaram sobre o acordo anunciado pelo Vaticano com "o Estado da Palestina", que apoia a solução de "dois Estados" e que poderia ajudar no reconhecimento de uma Palestina "independente".

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