Problemas

Falta de leitos e materiais aumentam espera por cirurgias no Socorrão II

Familiares de pacientes reclamam da demora na realização de cirurgias, o que os preocupa pois isso pode agravar o estado dos doentes; a falta de leitos para acomodar as pessoas também é alvo de reclamação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h59

Pacientes que aguardam por cirurgia no Hospital Municipal Dr. Clementino Moura, o Socorrão II, em São Luís, denunciam a falta de materiais para a realização de procedimentos cirúrgicos. Além disso, problemas estruturais, como a falta de macas e leitos lotados, são alvos de reclamações por parte dos acompanhantes dos pacientes, que ficam apreensivos com a situação precária da unidade de saúde.

O paciente Denilson Costa Machado, de 42 anos, sofreu um acidente de moto no município de São João Batista, no dia 29 do mês passado e, desde então, está internado à espera de uma cirurgia no fêmur. Segundo os familiares do paciente, a alegação dos médicos para a demora na realização do procedimento cirúrgico é em razão da falta de uma placa de platina, indispensável para a realização da operação e que está em falta no hospital municipal. “A única resposta que temos tido desde o dia que ele ficou internado é que a cirurgia ainda não foi realizada por conta da falta desse material”, disse Maria do Socorro Costa Machado.

Gilliard Ribeiro Cutrim, que também sofreu um acidente de moto, deveria ter passado por um procedimento cirúrgico de correção na face nesta semana, mas a cirurgia teve que ser adiada para o dia 22 deste mês por falta de vagas para a realização do procedimento no Socorrão II. “Estava tudo certo e programado, até que hoje me disseram que minha cirurgia teria que ser adiada, pois não tem vaga. Está muito cheio o hospital”, afirmou.

Atendimento –Outros pessoas também relatam a falta de leitos para acomodar os pacientes e até mesmo de macas, problema estrutural que obriga muitas pessoas a ficarem amontoadas pelos corredores e em cadeiras – quando conseguem uma – sem a mínima estrutura para receber tratamento adequado.

Grigória dos Passos está desde a madrugada de ontem com sua irmã no Socorrão II que foi transferia da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade Operária para a unidade de saúde para a realização de uma cirurgia de apêndice que, segundo ela, deveria ter sido realizada em caráter de urgência, o que não aconteceu. “Chegamos aqui à meia-noite de ontem [terça-feira] e até agora nada. Quando chegamos, o médico disse que os únicos procedimentos cirúrgicos que eram realizados naquele horário eram em caso de pacientes baleados ou esfaqueados, e que a cirurgia da minha irmã podia esperar. Eu tive que implorar para eles me arrumarem pelo menos uma cadeira para ela ficar, pois não tinha maca, não tem nada nesse hospital. Não tem um local para pendurar direito o soro ”, reclamou.

O desespero devido à precariedade do atendimento no hospital municipal também tomou conta de Erenilde Amorim da Silva, que está desde domingo sem notícias do filho, José Maria Amorim Gonçalves, internado no Socorrão II à espera de cirurgia. Ela moradora em Icatu e seu filho foi encaminhado para o Socorrão II após sofrer um acidente de moto no município. “Desde que chegamos, eu ainda não vi meu filho. Ontem [terça-feira] dormi na calçada do hospital, pois eles não deixam eu entrar para vê-lo. Ele está sem ninguém e não tenho informação nenhuma”, indignou-se Erenilde da Silva.

O Estado entrou em contato com a Prefeitura de São Luís, para saber sobre o problema da falta de materiais, vagas e leitos no Hospital Municipal Dr. Clementino Moura. Mas, até o fechamento desta edição, não obteve resposta.

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