Não importa o tamanho da comemoração no Brasil - se em buffett ou em casa –, em todas o brinde sempre será acompanhado de uma boa gelada! Em 2013, 13 bilhões de litros de cerveja foram consumidos no país - uma pesquisa realizada pelo Ibope em novembro de 2013 revela que a cerveja é a bebida preferida de 2/3 dos brasileiros, o que faz do país o terceiro maior mercado de cervejas do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. A mais consumida ainda é a tradicional pilsen, a famosa "loira gelada", mas tem crescido o consumo de cervejas artesanais. Um dos grandes “culpados” desse movimento são os clubes de cervejeiros.

Há alguns anos, encontrar cervejas variadas e importadas era bem difícil nas prateleiras dos supermercados e lojas de conveniência, hoje, a gama de bebidas fermentadas é enorme. Mas há quem prefira produzir a própria bebida. É o caso das cervejarias Dagóia, Calma Beer e JP&Wal, em São Luís, e Casa 33, em Imperatriz. Elas ainda não distribuem e revendem o que produzem porque precisam de uma autorização do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Tem ainda a Atitude, que (atualmente em negociação com a Dagóia para retornar a fabricação).

“Nenhuma das cervejas artesanais são comercializadas, elas são consumidas ainda só entre amigos”, afirma Rafael Moscoso, apreciador de cervejas artesanais, empreendedor do ramo e um dos diretores da Acerva Maranhão - Associação de Cervejas Artesanais do Maranhão.

A criação da Acerva Maranhão reforça o crescimento do movimento no estado. Atualmente, ela reúne 64 pessoas, mas nem sempre foi assim. A associação nasceu com um pequeno grupo de amigos apreciadores da bebida, a Confraria Calma Beer. Outras pessoas foram se incorporando ao núcleo inicial, o que resultou na associação. Agora, eles estão se organizando a fim de colocar São Luís no roteiro nacional de cervejarias artesanais.

Artesanais - A base da cerveja artesanal é a mesma da industrial. Ingredientes como malte, água, lúpulo e levedura estão presentes, o que diferencia o sabor delas é a quantidade de cada um em suas receitas, o tempo que demora para ficar pronta – tem produção artesanal que leva no mínimo 30 dias para ser finalizada.

“As cervejas artesanais são um pouco mais caras, os preços ficam em torno de R$10,00 a R$500,00, porque elas são feitas de forma completamente artesanal e demoram a ficar prontas em comparação às cervejas comuns que levam cerca de uma semana para ficarem prontas. O custos são mais altos para cervejeiros artesanais que fazem quantidades menores de cervejas e tem empresas menores”, acrescenta Rafael Moscoso.

Das cervejas artesanais, a que tem mais saída entre o público em São Luís é a alemã de trigo e a IPA (Índia Pale Ale). Quem degusta os rótulos diz que o sabor delas é bem diferenciado e, quem está começando a degustá-las, opta pela alemã porque ela tem um sabor mais agradável ao paladar de quem está se adaptando às artesanais. “As cervejarias têm o objetivo de resgatar a cultura de produção de cerveja. O que é conhecido como ‘Viva La Revolución’, que é resgatar os diferentes tipos de cerveja que existem no mundo e transformar a degustação dessas bebidas em algo prazeroso”, comenta o diretor da Acerva Maranhão.

Capacitação – Há duas semanas, a associação realizou na capital maranhense um curso com Murilo Foltran, um famoso cervejeiro brasileiro e proprietário da DUM Cervejaria, uma das maiores do país. “Fizemos o curso para fomentar o gosto pela cerveja artesanal nos maranhenses”, comenta Rafael Moscoso. Durante o curso promovido por eles, tiveram apoio do Sindicato de Bebidas do Maranhão (Sindbebidas).

A associação maranhense está aos poucos se consolidando. “O mercado de cervejas artesanais é muito promissor. E o que nós queremos com a associação é que tanto degustadores, produtores e empreendedores de cervejas caseiras possam se filiar à associação. E logo estaremos oferecendo outro curso, com o intuito de auxiliar empreendedores, diferentemente do primeiro curso, em que ensinamos a produção de cervejas artesanais”, adianta Rafael Moscoso.

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