1º de Maio

Violência e marchas marcaram o Dia do Trabalho em vários países

Diversos protestos foram registrados. Na Turquia, a polícia teve que usar gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes

Atualizada em 11/10/2022 às 12h59
(Manifestantes tentam se proteger contra ataques da polícia turca)

Turquia - A polícia turca dispersou com gás lacrimogêneo e jatos de água quase mil manifestantes na Praça Taksim de Istambul, em um 1º de maio tenso no país, ao mesmo tempo em que ativistas defendem ao redor do mundo os direitos trabalhistas em uma era de austeridade.

As forças de segurança provocaram o recuo dos manifestantes no distrito de Besiktas, em Istambul, e buscavam pessoas que atiraram pedras, garrafas e coqueteis molotov nos policiais. Os trabalhadores foram convocados por sindicatos e partidos políticos da oposição.

O governo conservador-islâmico proibiu as manifestações na emblemática praça Taksim, centro nervoso das várias semanas de protestos contra o governo em 2013 do então primeiro-ministro e agora presidente Recep Tayyip Erdogan. As autoridades temem qualquer manifestação pública antes das eleições legislativas de 7 de junho.

As ruas do centro de Istambul estavam bloqueadas e as estações de metrô próximas da Praça Taksim estavam fechadas. O governo suspendeu o serviço de balsas entre as áreas europeia e asiática do país e os helicópteros privados foram proibidos de circular, para permitir o deslocamento dos aparelhos da polícia.

Turquia - Taksim é cenário de confrontos no Dia do Trabalho desde que dezenas de pessoas morreram no 1º de maio de 1977, um dos períodos mais conturbados da Turquia moderna. "Em 1977 aconteceu um massacre. Simplesmente queremos estar lá para recordar o dia. Não podemos fazer de outra forma, é muito simbólico para nós", disse Umar Karatepe, líder da confederação sindical DISK.

"O presidente, este homem que usurpa todos os nossos direitos, não pode nos dizer que não podemos celebrar o 1º de maio, é inaceitável", completou.

A imprensa turca informou que 20.000 policiais foram mobilizados em Istambul, com 62 caminhões com jatos de água. Este é o primeiro Dia do Trabalho no país desde a aprovação no Parlamento de uma polêmica lei que concede à polícia mais poderes para reprimir os protestos.

Na Europa e na Ásia - Em Teerã, milhares de operários saíram às ruas para exigir melhores condições de trabalho e a preferência nacional na contratação, informou a agência Ilna. Esta é a primeira vez nos últimos anos que o Irã tem uma manifestação nestas características no Dia do Trabalho.

Na Coreia do Sul, dezenas de milhares de trabalhadores participaram nas manifestações, com a ameaça de uma greve geral se o governo prosseguir com o plano de reforma do mercado de trabalho.

Na Grécia, que tem o maior índice de desemprego da Eurozona (25,7%), milhares de pessoas lotaram o centro de Atenas para protestar contra as medidas de austeridade impostas pela União Europeia desde a crise da dívida.

Na Espanha, com desemprego de 23%, os dois principais sindicatos convocaram manifestações em 80 cidades para protestar contra os cortes, o alto desemprego e a redução dos salários.

Em Moscou, 140.000 trabalhadores e estudantes compareceram à Praça Vermelha, com bandeiras e balões, em um evento que lembra o período soviético.
O partido governista Rússia Unida espera 2,5 milhões de pessoas nas ruas em todo o país por ocasião do Dia do Trabalho.

Em Milão, milhares de pessoas eram esperadas para protestar contra a inauguração da Expo-2015 na capital financeira da Itália. Os críticos do projeto acusam as autoridades de gastar dinheiro público com um evento que permanecerá aberto até outubro, em um momento no qual o governo defende a austeridade, que afeta os trabalhadores.

Ativistas
Três ativistas do movimento Femen, com os seios nus e a frase "Heil Le Pen" pintada no corpo, perturbaram ontem um discurso de Marine Le Pen, a líder do partido de ultradireita Frente Nacional, na França.

As três militantes, que estavam em uma varanda de um prédio do bairro da Ópera, perto do local em que Marine Le Pen discursava por ocasião do 1º de Maio, fizeram a saudação nazista e gritaram frases contra a Frente Nacional, antes de serem retiradas pela polícia. "Quantas surpresas neste 1º de Maio", disse Marine Le Pen, que interrompeu o discurso por um momento.

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