Restrição

Caixa reduz para 50% o limite de financiamento para os imóveis usados

Mudança valerá a partir de 4 de maio e afetará só operações com recursos da poupança; banco priorizará imóveis novos e do Minha Casa, Minha Vida

agências

Atualizada em 11/10/2022 às 12h59
Feirão da Caixa, realizado em 2014 em São Luís; este ano, a edição será em maio, já com as novas regras
Feirão da Caixa, realizado em 2014 em São Luís; este ano, a edição será em maio, já com as novas regras (Feirão da casa própria)

São Paulo - A partir da próxima segunda-feira (4), a Caixa Econômica Federal vai reduzir o limite para o financiamento de imóveis usados com recursos da poupança. A cota de financiamento de imóveis usados, apenas para operações com recursos da poupança, vai passar de 80% para 50% nas do Sistema Financeiro de Habitação, e de 70% para 40% para imóveis no Sistema Financeiro Imobiliário, pelo Sistema de Amortização Constante.

Com a medida, os interessados terão de dar uma entrada maior do que atualmente. Este tipo de negócio representa 27% de todos os imóveis financiados em 2015 pela Caixa. O foco do banco passará a ser imóveis novos e do Minha Casa, Minha Vida

Uma das principais fontes de financiamento imobiliário do país, a poupança apresentou um saldo negativo recorde na captação no último mês. A diferença entre saques e depósitos ficou negativa em R$ 11,4 bilhões em março, de acordo com dados do Banco Central. A medida é mais uma adotada para amenizar a escassez de recursos que enfrenta por conta dessa redução dos depósitos na poupança, principal fonte de funding para o crédito imobiliário.

"A redução do financiamento para imóveis usados será um grande choque de demanda por imóveis usados, já que poucas famílias têm condições de dar entrada de 50% do valor", avaliam Guilherme Vilazante e Daniel Gasparete, do Bank of America Merril Lynch (BofA), em relatório ao mercado. Acrescentam ainda que há riscos de medidas mais restritivas para imóveis novos.

Outras reduções - Há pouco tempo, a Caixa já havia reduzido a cota de financiamento para os imóveis em geral de 90% para 80%. Para os créditos que seguem a tabela Price, a cota máxima de financiamento já havia sido reduzida de 70% para 50% nas operações do SFH - que financia imóveis de até R$ 750 mil em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal. Nos demais estados, o teto é de R$ 650 mil.

Em entrevista, o vice-presidente de Habitação da Caixa, Teotonio Costa Rezende, explicou que a Caixa vive um problema de funding com a redução dos depósitos na poupança, e, por isso, está focada na habitação social e, em segundo lugar, os financiamentos no âmbito do SFH. Apenas no primeiro trimestre, as retiradas líquidas da caderneta foram a R$ 23,230 bilhões, de acordo com dados do Banco Central.

Estacionado - No primeiro trimestre, o volume de financiamento imobiliário contratado na Caixa ficou praticamente estacionado, com alta de apenas 0,3%, segundo ele, e o desafio do banco este ano é repetir os R$ 129 bilhões desembolsados em 2014.

Já a carteira de crédito deve crescer entre 12% e 15% neste ano, intervalo bem mais tímido que a taxa de expansão de 25,7% vista no ano passado.

No feirão deste ano, o banco não conseguiu repetir o mesmo desempenho da edição anterior. Foram negociados cerca de R$ 3,02 bilhões no primeiro fim de semana do evento, cifra quase 14% menor que os R$ 3,5 bilhões registrados em igual intervalo do feirão de 2014.

Saiba mais

- Por ora a decisão da Caixa não deve afetar os demais bancos, o que poderá ser uma opção para os compradores, pois com a nova alteração eles estarão em um patamar de igualdade competitiva com a Caixa. Para isso, mais uma vez a dica é pesquisar todas as taxas e avaliar qual será a melhor opção para o bolso.

- A mudança afetará pouco o segmento, uma vez que o principal programa do governo ainda está fora da medida. Apesar de o mercado de imóvel usado ser importante, ele não diminui o déficit habitacional e não gera a mesma quantidade de empregos.

- Em 2014 o número de financiamentos por imóveis novos subiu 27%, enquanto os usados tiveram uma queda de 6% em relação ao ano anterior.

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