MÚSICA

Battata, a nova aposta do axé

Cantor Battata desponta como uma das promessas da axé music no país; artista é irmão do vocalista da Banda Eva, Felipe Pezzoni

Atualizada em 11/10/2022 às 12h59
O cantor Battata é a revelação do axé
O cantor Battata é a revelação do axé (Battata)

A Bahia já tem abraçado mais uma nova voz da axé music. Nascido Fernando Reis Santos, mas conhecido como Battata, o cantor de 25 anos já configura como uma das revelações do ritmo genuinamente baiano e que conquista gerações há mais de 30 anos. Recentemente, Battata participou do circuito Barra/Ondina do Carnaval de Salvador e chamou bastante atenção por seu estilo irreverente e pegada contagiante. Ele é irmão de outro famoso cantor baiano, Felipe Pezzoni, que é o atual vocalista da Banda Eva.

Antes de conquistar os soteropolitanos em carreira solo, Battata mostrou que tem veia artística, pois foi vocalista da banda Levaê por três anos. Segundo ele, sua iniciação na música aconteceu aos 12 anos de idade, quando começou a tocar percussão por incentivo do pai, que era apaixonado por ritmos percussivos. Mas não foi na axé music que ele se apresentou ao público. Sua primeira banda era de forró e se chamava Melaço de Cana.

Fã de Carlinhos Brown e Stevie Wonder, Battata aposta em uma nova mistura para dar mais fôlego ao ritmo baiano. Tanto é que, em seu EP de estreia, que tem seis faixas autorais em parceria com Vinni Rodrigues e Cassiopeya, o músico traz influência do ragga e elementos eletrônicos, além da tradicional percussão baiana. Estão presentes no trabalho fonográfico as inéditas Que molejo é esse?, Desliza, Louquinho mainha, Brindar,Não briga não e Deixa de manhã.

Em entrevista a O Estado, Battata conta um pouco da intimidade, carreira, dos sonhos e da relação com o irmão Felipe Pezzoni. Aos maranhenses, o músico adianta que já mantém grandes expectativas para apresentar seu projeto solo aqui. “Eu tenho um carinho imenso pelos maranhenses. Já toquei com a banda antiga aí e já tive o prazer de conhecer a energia desse povo maravilhoso. Espero reencontrá-los em breve para levar a nossa música e a nossa alegria”, disse.

Abrindo o jogo - Battata

O EstadoBattata, por si só, já é um nome bastante curioso. De onde veio esse apelido que trouxeste para a sua carreira artística?

Battata – É um apelido que meu pai colocou em mim quando eu era bem pequeno. Desde que me entendo por gente que me chamam de Battata. Eu deveria ter dois ou três anos. Meus irmãos começaram a chamar assim, os amigos da escola e aí pegou.

O Estado - Antes da carreira solo você fez parte da banda Levaê. Comparando esses dois momentos da sua vida, o que mudou de lá até aqui?

Battata - O Levaê foi minha escola. Lá eu adquirir a maturidade que tenho hoje para esse novo projeto. O projeto Battata tem muita diferença, pois só depois de ter amadurecido que pude imprimir a minha cara, o que eu gosto, as nossas misturas. Bebemos muito da música latina, do rap, reggae, raga e tendo também, lógico, a percussão baiana, o tambor.

O Estado - Em algum momento pensou em desistir dos seus projetos? Qual a principal dificuldade que enfrentou e melhor conquista?

Battata - Nunca pensei em desistir, até por que não me imagino fazendo outra coisa. Eu amo a música! Tivemos e continuamos tendo dificuldades, até por que só temos um ano de banda. Temos várias dificuldades, mas estamos superando uma a uma, e isso estimula a crescer mais e mais. A nossa melhor conquista foi o Carnaval deste ano, onde tocamos na Barra /Ondina dois dias, além do Camarote. Foi uma conquista inesperada, por termos pouco tempo de projeto, além da realização do sonho. Foi incrível!

O Estado - Quem é o Battata fora e dentro do palco?

Battata - Fora do palco sou uma pessoa muito tranquila. Sempre quando estou em casa fico com meus familiares, meus irmãos. Sou bem família. Em cima do palco me solto e lá posso extravasar toda a minha energia, alegria.

O Estado - Qual a sua principal influência musical?

Battata - A música baiana foi onde eu nasci e cresci. Se eu estou na música é por causa dessa influência. Eu tive o privilégio de crescer onde tem tantos artistas importantes e com diversas qualidades musicais.

O Estado - Como você avalia o mercado do axé music e os novos artistas que estão surgindo?

Battata - Eu acho que o axé está passando por um momento de renovação, e isso é necessário. Toda a renovação passa por essa fase, mas é por pouco tempo. Tem muita gente boa vindo por ai e daqui a algum tempo vamos voltar com força total. Eu fico muito feliz de fazer parte desse movimento e o que eu puder fazer para ajudar e somar eu farei.

O Estado - Seu irmão, Felipe Pezzoni, vocalista da Banda Eva, também conversa com você sobre esse mercado? Pretendem gravar algum trabalho em parceria? Inclusive, muitos fãs comparam vocês, principalmente no lado musical.

Battata - Com certeza. Conversamos e eu aprendo muito com ele. Não é por ser meu irmão, mas ele é incrível e tem uma cabeça muito boa. Acho que ele pensa da mesma forma que eu. Sobre projetos, pensamos em fazer algumas coisas daqui para frente, mas não tem nada definido. Comparações existem e lidamos bem com isso, pois existe amor no que fazemos e um pelo outro.

O Estado - Seu EP conta com alguns sucessos que vem conquistando o Brasil e a Bahia já abraçou totalmente. Explique como foi construção desse trabalho e principalmente sobre o hit Que molejo é esse?.

Battata - O EP tem a minha cara, a cara do projeto. As músicas são todas da nossa autoria e Que Molejo é Esse? cumpre a nossa proposta levar essa energia da dança para o palco. Na música Desliza temos o zouk misturado com o rap. Somos essa mistura. Todas as músicas foram escolhidas com bastante carinho e o público tem visto e percebido isso, pois é a nossa verdade. E não foi algo planejado. A nossa linha veio a partir das nossas composições, não foi nada arquitetado veio de dentro.

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