Balneabilidade

Praias de São Luís estão impróprias para banho, diz laudo

Mas placas mostram áreas como próprias e banhistas ficam alheios ao perigo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h59
Placa informando que mar está próprio para banho na Av. Litorânea/Biaman Prado
Placa informando que mar está próprio para banho na Av. Litorânea/Biaman Prado (Balneabilidade)

Todas as praias da orla de São Luís estão impróprias para banho, segundo os laudos laboratoriais emitidos pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). Dos 21 pontos de coleta de água, 20 estão impróprios e um interditado. O laudo do dia 14 deste mês foi o segundo divulgado depois da nova gestão estadual. Apesar da nova condição, as placas que indicam se os trechos estão próprios ou não para o banho ainda não foram atualizadas neste ano e frequentadores das praias continuam entrando no mar, alheios ao perigo.

O laudo elaborado por meio do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/MA) refere-se à ação de monitoramento realizada no período de 21/03/2015 a 12/04/2015, integrando a série de acompanhamento semanal das condições de balneabilidade das praias da Ilha do Maranhão. Foram coletadas e analisadas amostras de água de 21 pontos distribuídos nas praias da Ponta d'Areia, São Marcos, Calhau, Olho d'Água, Praia do Meio e Araçagi.

O resultado da análise é que todas as praias estão impróprias e a foz do Rio Calhau, interditada. O monitoramento obedece aos padrões fixados na Resolução Conama nº 274/00, segundo a qual as águas das praias serão consideradas próprias, quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras, obtidas em cada uma das cinco semanas anteriores, e colhidas no mesmo local, houver no máximo 100 Enterococos/100mL (NMP - Número Mais Provável).

As águas das praias serão consideradas impróprias quando não atenderem aos critérios anteriores, ou quando o valor obtido na última amostragem for superior a 400 Enterococos /100mL (NMP). Todas as praias estão nessa condição, podendo ser um problema grave para a saúde dos frequentadores.

Preocupação - Apesar do perigo, muitas pessoas ainda estão entrando no mar sem se preocupar. E isso pode ser explicado pelo fato de as placas que indicam a condição estarem desatualizadas. São banhistas, surfistas e até pescadores se expondo a riscos e várias placas informando que as águas estão próprias para banho.

O vigilante Domingos Raimundo da Silva começou a pescar ainda criança nas praias de São Luís e mantém esse hábito até hoje. Duas a três vezes na semana, ele vai até a Praia do Calhau para pescar, usando tarrafa. O pescador chega a pegar até 3 quilos de tainha e bagre no local, peixes que servem para o consumo de sua família e até para venda.

Ontem, Domingos Raimundo da Silva foi pescar próximo ao trecho que está interditado, segundo os laudos de balneabilidade deste ano, um dos seus pontos preferidos. Mesmo preocupado com o risco a que está se expondo, ele diz que continuará pescando. "A gente fica preocupado sim com o que pode acontecer, mas ao mesmo tempo não pode fazer nada", disse.

A nova condição das praias preocupa o setor hoteleiro também. Com as praias todas impróprias, o turismo pode sofrer retração. De acordo com a responsável pelo setor de reservas de um hotel na Avenida Litorânea, Daniele Lisboa, o turismo de São Luís ainda não se recuperou desde que foi divulgado nacionalmente que as praias estavam impróprias para banho há alguns anos. "Os hóspedes costumam perguntar sobre as praias e nós sempre informamos como está. Trabalhamos muito com turismo de negócios, mas também com lazer. Isso pode afastar os visitantes", afirmou.

O Estado entrou em contato com o Governo do Estado para obter informações sobre as condições das praias de São Luís, mas não obteve retorno até o fechamento desta página.

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