Molusco

Caramujo africano é caçado em 11 estados

Os caramujos, no inverno chuvoso de alguns estados, costumam proliferar rapidamente.

Atualizada em 13/10/2022 às 12h22

Manaus - A caça aos caramujos africanos (Achatina fulica) começou sexta-feira em 11 estados brasileiros. Os caramujos, no inverno chuvoso de alguns estados, costumam proliferar rapidamente. "Não há estimativa do número desses moluscos no país, mas sem dúvida são milhões", destaca o Coordenador Nacional da Campanha de Combate ao Caramujo Africano do Ibama, o biólogo André Deberdt. A campanha é coordenada pelo Ibama e tem o apoio das prefeituras. Os estados infestados pelo caramujo são: Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Estado do Rio, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo.

Segundo Deberdt, não há no país nenhum registro de que alguém tenha sido infectado pelas doenças causadas pelo contato com o muco (secreção) deixado pelo rastro do molusco. As doenças são a angiostrongilíase menigoencefálica e a abdominal, que podem causar cegueira e perfuração intestinal, levando à morte. De acordo com o biólogo, o trabalho para exterminar os caramujos é principalmente para evitar que eles cheguem à área rural dos municípios, já que o molusco devasta plantações. "Ele não tem nenhum predador natural", conta o pesquisador.

A infestação dos caramujos em Manaus é crítica, por causa do inverno chuvoso, que vai até o fim de março. Em novembro de 2004, os focos do molusco estavam apenas na zona oeste da capital. Agora, segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sedema), o caramujo está em todos os bairros, da periferia aos mais nobres.

ambientes

Como a cidade é atravessada por igarapés, onde há pessoas morando sobre palafitas, os caramujos têm nesses ambientes o espaço ideal para viver, com vegetação e próximo à água. Os bichos invadem as palafitas, subindo pelas paredes e teto. Instruídos pelos técnicos do Ibama, alguns moradores jogam sal ou cal para tentar desidratar o animal.

No ano passado, para exterminar o molusco, o Ibama e a Sedema orientavam as pessoas a pegar os animais, com sacos ou luvas protegendo as mãos, e a colocá-los em barris distribuídos pelos órgãos. Os animais eram, então, recolhidos e enterrados sob uma camada de cal. Neste ano, a secretaria resolveu fazer a mesma coleta e depois incinerá-los.

O molusco veio para o Brasil trazido por empresários do Paraná há cerca de 15 anos. Eles pretendiam criá-lo em cativeiro para substituir o escargot na gastronomia, mas descobriram que não havia mercado e abandonaram os bichos. "Só não sabiam do assustador poder de sobrevivência do molusco", constata o biólogo.

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