Experiência do colaborador, felicidade no trabalho e produtividade

Esse é um tema pouco falado entre empresários e muitas vezes até negligenciado, mas, qual o impacto da felicidade do colaborador no resultado e desempenho até financeiro das empresas?

Já fui diretor da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) e hoje, como Diretor do Instituto Experiência do Cliente, acompanho empresas pelo Brasil todo e sou categórico em afirmar, empresas com colaboradores felizes, são mais produtivas e geram mais lucros. 

Para provar, trago alguns dados super relevantes: um estudo da Universidade de Warwick, apontado pela FIA, revelou que a felicidade dos funcionários pode aumentar a produtividade em até 12%, ou seja, time produtivo fatura mais. Uma outra pesquisa, também da FIA, analisou empresas eleitas como "Lugares Incríveis para Trabalhar" e constatou que, embora a maioria dos indicadores financeiros dessas empresas seja semelhante aos de seus pares setoriais, a margem EBITDA apresentou resultados superiores, sugerindo uma gestão financeira mais eficiente em empresas com melhor gestão de pessoas.

Onde está a “mágica”? Não tem milagre nem mágica, tem gestão. Empresas com ambientes felizes, são organizações que investem fortemente na experiência do colaborador, e por consequência, esse colaborador é mais produtivo, engajado e presente. E aqui, quero deixar claro que experiência do colaborador não é sobre “tratar bem”, mas, sobre gerenciar processos de gente e gestão da forma mais eficientes possível.

O conceito da experiência do colaborador está ligado à soma de todas as interações que um empregado tem com a empresa, desde o recrutamento até a saída, e como ele percebe e interpreta essas interações com o negócio, colegas, processos, gestores e todas as camadas da empresa.

MAS, NA PRÁTICA, COMO ENTREGAR UMA BOA EXPERIÊNCIA PARA O EMPREGADO?

De acordo com a Great Place To Work, que mede as melhores empresas para se trabalhar no Brasil e no mundo, enquanto a média nacional de rotatividade voluntária é de 24%, nas Melhores Empresas para Trabalhar essa taxa é de apenas 7%, indicando maior retenção de talentos em ambientes positivos. E o que torna um ambiente positivo?

Separei algumas variáveis que gestores, diretores e empresários precisam ficar de olho.

Relacionamentos com colegas e líderes: a qualidade das relações com colegas e superiores, com um clima de confiança e respeito. A empresa deve promover um clima de colaboração e senso de time por meio de alinhamentos, feedbacks, projetos e ações. Essa responsabilidade é sim do negócio. 

Ambiente positivo: um ambiente de trabalho agradável, confortável e que estimule a produtividade. Isso vale tanto para estrutura quanto para como a liderança conduz esse ambiente.

Remuneração e benefícios: a remuneração justa e benefícios que atendam às necessidades dos colaboradores. É preciso mapear de forma estratégica o que faz sentido para o negócio e colaboradores. 

Autonomia e liberdade: a possibilidade de ter autonomia nas tarefas e de expressar ideias, colaboradores que não se sentem ouvidos também não se sentem parte do negócio. 

Desenvolvimento profissional: o acesso a oportunidades de aprendizado e crescimento profissional. Minha orientação como executivo e conselheiro de negócio é que toda empresa possua um programa permanente de treinamento, desenvolvimento e política de crescimento na carreira. 

Reconhecimento: o reconhecimento do trabalho e dos esforços, tanto pela empresa quanto pelos colegas. Minha dica é que a empresa possua um modelo de gestão focado em feedback, avaliação de desempenho e crescimento com base nestes aspectos.

Líderes precisam saber motivar, criar condições de trabalho, desde a estrutura física até recompensas e formas de reconhecimento, essa é uma obrigação da empresa inteligente e estratégica. Empresas felizes são mias produtivas e lucrativas. 
Agora me conta, será que na sua empresa os colaboradores são felizes?

Para mais dicas, ouça meu podcast.  
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Fernando Coelho  
Diretor do Instituto Experiência do Cliente. Selecionado pela Metricx como um dos melhores autores brasileiros na área de Experiência do Cliente. Palestrante e Autor dos livros *CX Descomplicado*, *Fidelizando o Cliente na Prática* e mais 4 obras. Conselheiro Consultivo de empresas. Doutorando em Gamificação pela Universidade de Coimbra. Professor de Negócios na ESPM Rio e Instituto Navigare. Gestor Nacional de Marketing no Grupo Terra Zoo. Mentor e Treinador de Negócios para marcas como Mercedes Benz, Boticário, Grand Cru, Hotel Blue Tree e outras.

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