Efeitos colaterais

Jornalista maranhense relata perda temporária da visão após usar pomada modeladora para cabelo

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda do produto nesta semana.

Imirante.com, com informações do G1-MA

Atualizada em 12/02/2023 às 10h25

SÃO LUÍS - A jornalista maranhense Amanda Mouzinho relatou, nas redes sociais, o transtorno que passou após utilizar uma pomada para trançar e modelar o cabelo. O produto, que teve venda proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada em resolução nessa quinta-feira (9), causou sérios efeitos colaterais após o uso.

Diversos relatos de pessoas que tiveram problemas após utilizar a pomada sugiram na internet. A maranhense Amanda Mouzinho relatou ter perda temporária da visão quando o produto entrou em contato com seus olhos dela durante uma viagem que fez para Atins, no Maranhão, em novembro de 2022.

Saiba mais: Proibida a venda de todas as pomadas para modelar e trançar cabelos

A jornalista afirma que já é adepta ao uso de tranças há um bom tempo e havia decidido, de última hora, trançar o cabelo antes da viagem para Atins. Contudo, devido a indisponibilidade da profissional que Amanda é acostumada a fazer tranças em São Luís, ela buscou por outra pessoa. Neste dia, foi usada no cabelo uma pomada modeladora diferente dos produtos que ela já havia utilizado antes.

Amanda disse que jornalista estava em um momento de lazer com amigos, em Atins, quando começou a chover no local. De imediato, ela começou a sentir ardência nos olhos e perdeu a visibilidade. Com dúvidas do que poderia se tratar, ela achou que poderia se tratar de uma alergia.

"Caiu uma chuva torrencial e o protetor solar que eu estava no rosto começou a derreter no meu rosto. E imediatamente começou aquela ardência nos olhos, ficou aquela capa nos meus olhos, aquele vulto branco e eu não conseguia enxergar nada. Eu sempre tive muitas alergias, então achei que poderia ser uma bem forte e estar em um processo alérgico", relata.

Por ela estar em uma região considerada remota, onde o acesso à assistência médica pode ser demorado e feito com o auxílio de lanchas, ela precisou optar uma segunda opção. Amanda explica os sintomas aliviaram com a ajuda de um colírio, que continha corticoide na composição.

Diversos relatos de pessoas que tiveram problemas após utilizar a pomada sugiram na internet. (Foto: Arquivo pessoal)
Diversos relatos de pessoas que tiveram problemas após utilizar a pomada sugiram na internet. (Foto: Arquivo pessoal)

"Por sorte, uma das minhas amigas tinha com ela um colírio com corticoide na composição, que é a única coisa que posso usar quando estou em processo alérgico. Eu comecei a usar ele durante o tempo todo que fiquei lá. Também pedi ajuda para um médico, amigo meu, que me deu umas orientações e pediu que eu mantivesse o colírio e os cuidados com os meus olhos. Sem dúvidas, foi isso que me salvou naquele momento", conta a jornalista.

Segundo Amanda, o processo de cegueira temporária durou mais de três dias. Durante esse período, ela precisou lidar com os sintomas e a chateação em ter aproveitar a viagem de forma mais leve, diferente do que havia planejado. "É desesperador, você se vê boa, curtindo sua viagem e de repente, isso acontece", relata.

Reação à pomada

Amanda Mouzinho explicou que só descobriu que se tratava de uma reação alérgica à pomada modeladora de tranças quando retornou à São Luís. Ela confirmou o fato na semana em que outros relatos de problemas com a pomada surgiram na internet.

Após buscas online, a jornalista achou a lista divulgada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e constatou que a pomada que ela havia usado no cabelo estava lá. Foi aí, então, que ela entendeu o que havia acontecido. "No primeiro momento, eu achei que estava em um processo alérgico. Quando eu voltei para São Luís, eu fui buscar na internet, li os relatos, vi a gravidade de tudo e a ficha caiu do que havia acontecido comigo. Foi muito assustador descobrir que eu poderia ter ficado cega e nesse momento, eu entendi do que se tratava. E logo depois, a Anvisa começou a suspender algumas", relata.

Amanda procurou a profissional que havia utilizado a pomada nela para contar o que havia acontecido. A profissional contou para Amanda que também estava sentindo ardência nos olhos e que suas mãos estavam vermelhas. Ela também relatou que havia sido a primeira vez que tinha usado o produto nas clientes.

"Não posso culpar a profissional, porque assim como eu, ela não sabia que pomada podia causar isso. Eu alertei ela sobre o que tinha acontecido, pedi 'pelo amor de Deus, suspende, não usa em mais ninguém'. Avisei a dona do salão para poder evitar que outras pessoas passassem por isso também. Inclusive, a profissional, disse que estava sentindo algumas coisas também, que eram efeitos colaterais da pomada", diz.

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