Reclamações

No Maranhão, falta de medicamento para tratamento de câncer prejudica pacientes

Segundo estudos, a falta do uso desses remédios podem reduzir em até 17 meses a expectativa de vida de pessoas com câncer de mama metastático.

Imirante, com informações da TV Mirante

Atualizada em 27/11/2022 às 08h27
A previsão é de que o Ministério da Saúde faça o repasse da medicação na primeira quinzena de dezembro.
A previsão é de que o Ministério da Saúde faça o repasse da medicação na primeira quinzena de dezembro. (Foto: divulgação)

SÃO LUÍS - Pacientes estão denunciando a falta de um medicamento essencial para o tratamento do câncer no Maranhão. Um dos remédios, o Perjeta, está em falta no Estado há mais de seis meses no Hospital do Câncer, em São Luís.

De acordo com a administradora Catarina Melo, o tratamento da mãe vem sendo prejudicado por causa da ausência do medicamento. "Minha mãe precisa tomar esse medicamento a cada 21 dias e são dois bloqueadores contra o câncer que ela toma na quimioterapia, que é o Herceptin e o Perjeta. O Perjeta está em falta no Estado há mais de seis meses. O câncer não espera. Não tem como esperar", explica Catarina.

Para continuar o tratamento da mãe, a família de Catarina chegou a comprar três doses do medicamento, que custa R$ 21 mil a unidade, mas acabou não conseguindo adquirir mais doses do fármaco por causa do alto preço. Segundo Catarina, a Justiça foi acionada para garantir a quimioterapia na rede pública, mas não houve resultado.

Além desse caso, outras mulheres também confirmaram o problema e relataram dificuldade no acesso aos fármacos necessários para o tratamento do câncer. Segundo estudos, a falta do uso do Herceptin com o Perjeta podem reduzir em até 17 meses a expectativa de vida dos pacientes com câncer de mama metastático.

A oncologista Rachel Cosseti, funcionária do Hospital Aldenora Belo, diz que por lá também há falta de medicamento."A medicação de alto custo que vem do Ministério da Saúde acaba sendo repassada direto pela Secretaria de Saúde do Estado. Em geral, a gente recebe essa medicação com uma logística que costuma funcionar de forma regular, mas, em alguns momentos, às vezes uma vez no ano, às vezes duas vezes no ano, acaba havendo falhas e que nós que estamos na ponta, na frente do paciente, não temos tanta informação de onde houve a falha, se foi no envio do Ministério da Saúde, se é algo relativo a distribuição quando a medicação chega aqui. A gente aguarda e espera que logo essa logística seja reajustada e que a gente possa ter a medicação disponível para os nossos pacientes", revela a oncologista.

A Secretaria de Saúde do Maranhão respondeu que o Herceptin está disponível e que as doses já foram encaminhadas às unidades de oncologia, mas que o remédio Perjeta ainda está em falta. A previsão é de que o Ministério da Saúde faça o repasse da medicação na primeira quinzena de dezembro. 

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) afirma que, para o ano que vem, a estimativa é de mais 1060 novos casos de câncer de mama só no Maranhão.
 

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