SÃO LUÍS - O Cartão Alimentação Escolar, medida criada pela Prefeitura de São Luís para devolver à população os recursos da merenda escolar durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), está tendo seu uso criticado por centenas de famílias, que estão reclamando de problemas com o uso do benefício e de taxas cobradas por pequenos comerciantes para a realização de agosto.

De acordo com a Prefeitura, cada família pode receber um Cartão Alimentação Escolar por aluno matriculado na rede municipal de ensino, que está com a maioria das unidades fechadas e ofertando aulas apenas à distância. Mais de 86 mil cartões foram distribuídos com R$ 400, levando em consideração os valores que não eram pagos desde agosto, para que cada família possa comprar a própria comida neste final de ano.

Há uma rede de comércios de bairro credenciada para receber compras com o benefício, mas as famílias dizem que a quantidade de estabelecimentos é insuficiente, que faltam produtos nos mercados pequenos e que se sentem humilhados ao passarem por enormes filas nos locais que aceitam o cartão.

"Fui receber o Cartão Alimentação Escolar na data de ontem e fui atrás da rede credenciada divulgada pela Prefeitura de São Luís e SEMED. Estive em vários comércios na Cidade Olímpica e Vila Riod, entre outros estabelecimentos, e todos foram enfáticos em dizer que estavam sim credenciados, mas solicitaram descredenciamento por falta de pagamento. E, alguns dos outros citados na lista da Rede Credenciada nem sequer encontramos, como no caso de alguns que constam como da Avenida Brasil, onde percorri toda a avenida e questionei aos comerciantes da área. Todos diziam que nem sabiam se existam tais comércios naquela avenida", afirmou o pai de uma aluna da rede infantil, que não quis se identificar, em entrevista ao g1 Maranhão.

Algumas donas de casa também denunciaram, em entrevista à TV Mirante, que existem estabelecimentos cobrando 10% em cima do valor da compra feita pelo Cartão Alimentação Escolar. "É um absurdo e um roubo. Se deram 400 reais para a gente fazer uma compra digna para nossas crianças, eu acho que isso que estão fazendo não é correto. É errado", declarou a dona de casa Daniele Lemos.

À TV Mirante, a Prefeitura de São Luís disse apenas que não tem responsabilidade pelos preços dos produtos nos mercados. Já a Secretaria Municipal de Educação (Semed) relatou ao g1 Maranhão que não há registro de descredenciamento de mercados e supermercados que aderiram ao recebimento do Cartão Alimentação Escolar. Sobre a falta de comércios cadastrados, a Semed afirmou que determinou à empresa contratada a ampliação do número de estabelecimentos credenciados para receber o Cartão Alimentação Escolar.

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