São Luís - O MDB, um dos partidos mais tradicionais e representativos da política nacional, busca no cenário estadual novos espaços visando o jogo de reposicionamento de forças nas prévias da eleição de 2022. Quem encabeça, em tese, estes movimentos em nome da sigla é o deputado estadual Roberto Costa.

O parlamentar, desde que o partido mudou a direção nacional, recebeu a missão de ampliar a margem local de influência de um grupo que, nos últimos anos, perdeu territorialidade e penetração com processos como o impeachment da então presidente da República, Dilma Rousseff e, principalmente, após o governo de transição seguinte de Michel Temer, com desgaste popular e indicação de seu nome em possíveis ocorrências de corrupção (não comprovadas).

Em 2020, o MDB – no cenário maranhense – ampliou conversas visando apoios de prefeitos e vereadores. Na corrida ludovicense, no primeiro turno, o partido anunciou ocupação da base do então candidato Neto Evangelista (DEM), cuja sigla compõe a base governista de Flávio Dino (PCdoB). Era um sinal de que aparentemente, já na ocasião, o MDB não via barreiras para conversas mais profundas.

Em 2021, ano de transição para as eleições majoritárias do ano que vem, o partido busca sedimentar este processo. Ainda que não tenha, a princípio, projeto puro nas eleições maranhenses para o governo, o partido não se nega de forma a conversar com quaisquer siglas, independentemente do histórico ou encaminhamento de pauta política.

Um sinal claro desta linha a ser seguida foi dada novamente pelo deputado Roberto Costa. Em discurso nesta quarta-feira, dia 5 de maio, na tribuna da Assembleia Legislativa, Costa voltou a dizer que o diálogo amplo faz parte do jogo de recuperação de espaços na articulação política. “São diálogos para a construção de um projeto futuro de partido”, disse.

O projeto de recolocação do partido terá, como um dos projetos mais fortes, o possível (e atualmente provável) lançamento da ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney, para a corrida ao Congresso. Roseana, na visão do partido, tem lastro e história para conquistar a vaga. Seria uma tentativa de ampliação da margem de atuação do partido na Câmara, em especial, que atualmente conta com parlamentares na Casa.

No entanto, a tentativa de ampliação do MDB esbarra em alguns fatores: o primeiro deles é relativa ausência de capilaridade no eleitorado e a concorrência de outras legendas. Outra questão é histórica e “joga contra” as pretensões do partido, neste caso, que busca se modernizar com lideranças com vasto tempo na ocupação de cargos públicos.

A mudança no MDB é mais do que válida e a missão é árdua. Exigirá imensa habilidade dos atores envolvidos e mudanças no cenário nacional, que se vê com uma pandemia que certamente, dependendo das atuações dos responsáveis pela condução do problema, terá repercussão nas eleições do ano que vem. Dependendo do contexto, isso pode ser positivo ou negativo para os emedebistas.

Só o tempo dirá.

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