Pesquisador diz que Iraque fará bomba com urânio brasileiro

GloboNews.com

Atualizada em 27/03/2022 às 15h30

LONDRES - Um cientista dissidente iraquiano afirmou em entrevista ao jornal britânico 'Times' publicada nesta segunda-feira que o governo de Saddam Hussein poderá ter acesso à bomba nuclear dentro de alguns meses usando centrífugas com tecnologia alemã pirateada e urânio contrabandeado do Brasil.

O Dr. Khidir Hamza, que foi conselheiro do programa iraquiano de energia atômica e mais tarde ajudou a desenvolver o programa da bomba atômica até desertar, em 1994, disse ao jornal londrino que Saddam Hussein pode construir três bombas dentro de alguns meses, se já não as tiver construído.

A declaração do cientista ocorre em um momento em que a Casa Branca intensifica sua empreitada para provar sua teoria de ligação entre o governo iraquiano e a Al-Qaeda. No domingo, a conselheira de Segurança Nacional, Condoleezza Rice, disse que integrantes do grupo liderado por Osama bin Laden foram descobertos em Bagdá e que Saddam tem ligação com a rede terrorista.

A centrífuga alemã original que o país possuía foi destruída pelos inspetores internacionais de armas antes de deixarem o Iraque em 1998. No entanto, Hamza acredita que os cientistas iraquianos tenham estudado o funcionamento da máquina e obtido know-how para copiá-la. Ele não informou como o urânio brasileiro chegaria ao país.

Para o dissidente, o material já está no Iraque sendo processado para utilização em material bélico. Hamza disse que a tecnologia de centrífuga utilizada é mais simples e rápida que os outros métodos aos quais o país poderia ter acesso:

- A menos que ele seja detido logo, Saddam vai criar uma indústria de armas nucleares, não apenas ter um punhado de bombas.

Hamza advertiu a ONU que, mesmo que os inspetores do organismo recebam garantia de acesso irrestrito às instalações iraquianas, eles encontrariam mais dificuldade do que antes para detectar a linha de montagem das armas de Saddam.

- O aspecto interessante do atual sistema é que suas unidades são muito pequenas e nos últimos quatro anos, desde que os inspetores da ONU deixaram o Iraque, elas foram escondidas no subsolo ou em instalações ou prédios que aparentemente seriam tidos como normais - disse o cientista.

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