Em São Luís

Fã do Carnaval, paciente com câncer comemora alta hospitalar vestido de fofão

Naeydi Fernandes tem 82 anos e foi internado no começo de janeiro deste ano.

Anne Cascaes/ Na Mira

Atualizada em 27/03/2022 às 11h09
Naeydi teve alta do hospital na quarta-feira (19), após ficar internado para um tratamento.
Naeydi teve alta do hospital na quarta-feira (19), após ficar internado para um tratamento.

SÃO LUÍS – Paraense de nascença e maranhense de coração. Aos 82 anos de idade, Naeydi Fernandes coleciona histórias em que ele é o tipo de protagonista aventureiro, sonhador, observador, viajante e, diga-se de passagem, corajoso.

E da coragem ele não abriu mão nem mesmo quando no mês de setembro de 2019 descobriu um nódulo no órgão genital que um pouco mais na frente se mostraria maligno. Naeydi foi diagnosticado com o raro linfoma não-hodgkin: tipo de câncer que começa no sistema linfático.

“Desde o começo ele encarou tudo muito tranquilo. Dizia que nem acreditava que tinha isso e que não sentia nada”, conta a filha Luisiane. Ao fazer uma visita a uma especialista no seu caso, em um hospital de São Luís, o ex-radialista teleférico precisou ser logo internado por conta da gravidade.

Mas, se por um ano e dois meses a profissão já o tinha feito ficar sozinho em uma selva no interior do Amazonas, não seria agora, que ele tem o apoio da esposa, três filhas biológicas, duas filhas do coração, nove netos e um bisneto, que uma doença poderia intimidá-lo.

“Nós começamos a quimioterapia em fevereiro. Foi o primeiro ciclo, seguido de 10 dias de imunoterapia. A quimioterapia durou cinco dias e logo em seguida foram 10 dias de imunoterapia, pra ajudar o sistema imunológico dele dar um up”, explicou Luisiane, que esteve sempre ao lado do pai.

Neste momento, o maior sonho dele era ser liberado no período do Carnaval! A mesma época que em 1963 ele veio ao Maranhão e se apaixonou pela cultura, folia carnavalesca, festa junina e, claro, pela maranhense Luiza Amélia, com quem até hoje é casado.

“Voltei para o Pará só a passeio mesmo e para rever familiares. Mas aqui, no ano seguinte, no dia 5 de setembro de 1964 eu casei com a Luiza’’, conta Naedy.

“Providenciem meu fofão!”

Assim que recebeu alta do hospital nessa quarta-feira (19), ele deu seu próprio grito de Carnaval e pediu seu fofão. A família decidiu preparar uma fantasia nova, que combinasse com o que já estava estampado em seu rosto: felicidade.

“Ele não diz que ele vai brincar o Carnaval, ele diz que vai ‘pinotar’ o Carnaval. Então ele saiu muito feliz!”, finaliza Luisiane.

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