Cine Azul

Cinesystem lança sessão inclusiva para famílias de pacientes com TEA

As sessões serão mensais e a primeira foi realizada nesse sábado (11), com a exibição de Frozen 2.

Na Mira, com informações da Assessoria

- Atualizada em 27/03/2022 às 11h09
Desde 2016, em parceria com o Rio Anil, o Cinesystem São Luís realiza sessões alusivas ao Dia Mundial do TEA.
Desde 2016, em parceria com o Rio Anil, o Cinesystem São Luís realiza sessões alusivas ao Dia Mundial do TEA. (Foto: reprodução)

SÃO LUÍS - Pioneiro quando se fala de inclusão, o Cinesystem acaba de lançar uma novidade para 2020: o Cine Azul, programa voltado a famílias de pacientes com distúrbios sensoriais, como o TEA - Transtorno do Espectro do Autismo. A sessão inclusiva ocorrerá sempre uma vez por mês e a primeira foi realizada nesse sábado (11), no Rio Anil Shopping.

O filme escolhido foi a animação da Disney Frozen 2, um dos mais aguardados dos últimos anos pelo público infantojuvenil. Na bilheteria, o ingresso foi o valor da meia-entrada para todos os espectadores.

A ideia do Cine Azul é proporcionar às famílias o lazer no cinema, em um espaço aconchegante e seguro, onde todos se sintam confortáveis para serem quem são, livres de julgamentos. Durante toda a exibição do filme, a sala do cinema fica com iluminação diferenciada, volume do som mais baixo que o convencional e a plateia pode andar, dançar, gritar ou cantar à vontade.

Cinema inclusivo

Desde 2016, em parceria com o Rio Anil, o Cinesystem São Luís realiza sessões alusivas ao Dia Mundial do TEA, celebrado em 2 de abril. São sessões totalmente adaptadas às peculiaridades de quem convive com o transtorno.

O executivo comercial do Cinesystem, Michel Diniz, explica que, para essa sessão especial, o cinema prepara tudo com antecedência e a correta adaptação, para que se promova a inclusão social. “A sala não fica com as luzes totalmente apagadas, mas à meia-luz; o volume do som é reduzido, para evitar incômodo aos espectadores com sensibilidade sonora mais aguçada; na tela, o contraste é diminuído, por causa da sensibilidade visual de muitos espectadores; além de outros aspectos”, assegura Michel Diniz.

Agora, todo mês, esse público específico poderá usar o cinema sem medo de ser feliz. “Já era nosso intuito há bastante tempo, ficamos felizes que agora é uma realidade. Sabemos da importância que um lazer como esse tem na qualidade de vida dos pacientes com TEA e, também, na quebra de paradigmas e preconceitos sociais”, enfatiza Michel Diniz.

Autismo

Estudos indicam que o TEA deve, atualmente, acometer 1 em cada 100 crianças no mundo, em média. Isso significa que, no Brasil, devam existir, mais ou menos, 2 milhões de crianças com o Transtorno do Espectro do Autismo, sendo os meninos mais frequentemente acometidos”, aponta a psicóloga Celiane Chagas, do Hapvida Saúde.

As crianças com TEA podem apresentar sinais bem precocemente, antes dos 2 anos de idade. Alguns bebês já podem, inclusive, demonstrar sinais sugestivos de TEA, como explica a psicóloga. “As crianças têm dificuldades para estabelecer contato visual ou físico. Bebês, por exemplo, podem não fixar os olhos nos adultos cuidadores. Há muita dificuldade em compreender as emoções dos outros; o que dificulta os relacionamentos sociais”, ressalta. Ela conta que a comunicação verbal ou não-verbal é dificultada ou prejudicada.

Em relação ao comportamento, as crianças com TEA tendem a ter gestos repetitivos, contínuos e estereotipados; gostam de repetir o que estão fazendo e detestam mudanças de rotina. A psicóloga destaca, porém, que nem todas as crianças com TEA têm o mesmo grau de sintomas. “Os quadros podem variar bastante e, por isso, sabe-se que o TEA é uma condição individual. Cada um tem seu grau próprio de dificuldade em áreas específicas. Há os sintomas comuns que definem o TEA, mas cada um tem um grau de comprometimento diferente do outro. Por exemplo, há os que têm dificuldade intelectual e outros com inteligência acima da média”, pontua.

O diagnóstico é complexo e só pode ser realizado por uma equipe multiprofissional treinada. Mas vale destacar que há tratamento e as crianças necessitam de acompanhamento para que tenham qualidade de vida e alcancem o máximo de sua potencialidade individual em todas as áreas.

Superação

Além de todas as dificuldades que as famílias encontram para identificar e trata o TEA, há outro ponto que merece atenção especial: a superação social. Isso porque, em geral, crianças com TEA acabam sendo vítimas de olhares curiosos e preconceituosos nos passeios com as famílias. “As pessoas olham, sem saber ao certo do que se trata, e acham que a criança tem algum tipo de problema mental, quando não é nada disso”, esclarece Luíse Winkler, presidente do Grupo Ilha Azul, que reúne pais e mães de crianças com TEA em São Luís.

Em razão disso, muitas crianças acabam isoladas do convívio social, o que afeta diretamente o seu desenvolvimento, como menciona a pedagoga Thalyta Fróes, responsável pelo Núcleo de Apoio Psicopedagógico da Faculdade Estácio São Luís. “É muito cruel com essas crianças, que se tornarão adultos um dia, não poderem ser elas mesmas num ambiente com outras pessoas. Mais cruel ainda porque o preconceito não parte de outras crianças, mas dos adultos, que deveriam ter conhecimento para discernir e saber como agir, o que falar, o que calar, como se portar e o que esperar de um ser humano que é apenas diferente”, aponta a especialista.

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